Luís Fernandes Torres

 
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Luís Fernandes Torres


Pintor, Artista Gráfico e Escultor Limiano

 



Mário Leitão



 Luís Fernandes Torres nasceu em Ponte de Lima, no dia 31 de Dezembro de 1941 (na Casa de D. Maria Rita Magalhães, no Largo Dr. António Magalhães), e faleceu no dia 26 de Fevereiro de 2017, na Unidade de Cuidados Continuados de Arcozelo (Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima).

Era um dos quatro filhos do professor primário António Moreira de Oliveira Torres (natural da Trofa, que exerceu na Escola Primária da Avenida António Feijó) e de Delfina Fernandes Leitão (natural da Correlhã). Por via do avô materno, é neto, bisneto e trineto de uma antiga geração de ferreiros da Ribeira Lima, a família Leitão (de S. João da Ribeira e Correlhã), descendendo também do clã dos Carriços, por via da sua avó materna Maria Fernandes de Brito (Carriça da primeira geração).

Iniciou-se nas artes gráficas ainda adolescente, na Tipografia Viúva José de Sousa, em Viana do Castelo, para onde sua família se mudou na década de cinquenta.

Aos 16 anos foi convidado para a Tipografia Gutemberg como desenhador e gravador, pois já então revelara as suas capacidades artísticas. Aí passou a ganhar o dobro do vencimento anterior, o que demonstra o seu valor profissional.

Cumpriu dois anos de serviço militar em território continental.

Após a tropa ingressou no quadro da Litografia do Minho, de Braga, onde trabalhou vinte anos, tendo sido aí que desenvolveu toda a sua pujança artística, expressa em milhares de cartazes litográficos de festas, romarias e acontecimentos desportivos em todo o Minho.

Descoberto pela AMBAR, passou a residir com a família num apartamento da sede social dessa empresa, na Rua 5 de Outubro, no Porto, onde produziu centenas de desenhos para as embalagens que essa indústria gráfica produzia e exportava para todo o mundo. O facto do empresário Américo Barbosa ceder essa residência a todo o agregado familiar de Luís Torres é outro significativo indicador da sua qualidade artística.

No início dos anos oitenta ingressou novamente na Litografia do Minho, onde trabalhou durante mais alguns anos, produzindo centenas de obras gráficas de extraordinário valor artístico.

Em meados da década de oitenta começou a trabalhar regularmente para a marca de cerâmica decorativa espanhola GALOS, estimando-se que haja várias centenas de milhares de peças espalhadas por todo o Globo, reproduzidas a partir de obras originais por si criadas em regime de exclusividade. Depois de se ter desvinculado daquela empresa espanhola, continuou a esculpir livremente, tendo produzindo ao longo de toda a vida cerca mil esculturas em madeiras nobres, muitas das quais foram expostas em várias exposições, como no Hotel Turismo, de Braga, e na Casa do Castelo, em Ponte de Lima.

Luís Torres exprimia a sua arte através de várias técnicas e materiais (litografia, óleo sobre tela, tinta da china sobre papel, cerâmica, bronze, madeira, etc.) e a sua temática incidia sobretudo na sensualidade do corpo feminino.

Foi pela qualidade da sua obra artística que a DIRENOR, de Braga o escolheu para criar o prestigiado troféu desportivo O MINHOTO, que desde 1997 tem sido entregue anualmente aos maiores atletas e agremiações desportivas dos distritos de Braga e Viana do Castelo.

Em Março de 2011, na Expo-Lima, por ocasião da XVI Edição do Troféu o MINHOTO, a Associação Empresarial do Minho e a DIRENOR prestaram-lhe uma significativa homenagem.

Era casado com D. Júlia da Costa Manso, natural da Correlhã, de quem tem sete filhos.

O seu percurso terreno, caracterizado por uma simplicidade e um despreendimento material desconcertantes, típicos dos génios, fizeram com que tivesse passado ao lado da fama e da riqueza económica que estão geralmente associados aos artistas da sua estatura. Porém, a sua forma de amar o Mundo ficará perpetuada nas peças de arte que produziu, as quais transmitem felicidade contemplativa àqueles que as possuem.

Se a Cultura Limiana tiver vontade, não faltarão o engenho e a arte necessários para catapultarem Luís Torres para a galeria intelectual dos Filhos Ilustres de Ponte de Lima.

Afinal, Luís Torres é, sem qualquer dúvida, o maior escultor limiano de todos os tempos e um dos grandes pintores que a Ribeira Lima viu nascer.

 

Referências bibliográficas:

  • “Falcão do Minho” – 16/2/1993 - Mostra de escultura de Luís Torres;
  • “Cardeal Saraiva” – 16/12/1993 – Escultura de Luís Torres na Casa do Castelo;
  • “Correio do Minho” – 08/01/1999 – Luís Torres retrata Arcebispo Primaz D. Eurico Dias Nogueira;
  • “Cardeal Saraiva” – 08/07/2011 – Luís Torres, escultor;
  • “Cardeal Saraiva” – 15/03/2013 - Luís Fernandes Torres, escultor limiano homenageado.

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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