Externato Cardeal Saraiva

 

Externato Cardeal Saraiva


Resumo dos 23 anos de notável actividade pedagógica, cultural e cívica deste estabelecimento de Ensino Secundário de Ponte de Lima, durante os quais se prepararam centenas de licenciados, professores, gestores, autarcas, políticos, quadros técnicos, funcionários públicos e comerciantes de sucesso, que muito contribuíram para o progresso social e económico do País.

 



Mário Leitão



Durante muitas décadas, os rapazes do concelho de Ponte de Lima não puderam frequentar o curso liceal na nossa vila. Os antigos doutores, engenheiros, professores e outros bacharéis e licenciados nossos conterrâneos tiveram de estudar nos liceus ou em colégios particulares de outras regiões. E os nossos quadros técnicos, que optaram pelos estudos comerciais e industriais nas denominadas escolas técnicas, também obtiveram a sua formação fora do nosso concelho. Excluindo o liceu que no início do Séc. XX existia na nossa vila, só o sexo feminino tinha possibilidade de concluir o 5.º ano do ensino secundário a nível local, através do Colégio D. Maria Pia (1).

Deste contexto resultavam consequências nefastas para o crescimento socioeconómico da região, pois a grande maioria das famílias limarenses não tinha capacidade financeira para aguentar os estudos dos filhos e as pesadas despesas de deslocação ou alojamento que a sua formação acarretava. Por isso, só os filhos dos ricos estudavam e a maioria da rapaziada que terminava a 4.ª classe começava logo como aprendiz ou praticante nos estabelecimentos comerciais ou nos artífices da vila. Para muitos outros, o caminho reservado era o da agricultura de sobrevivência, nos campos, prados, leiras, eidos, vinhedos e montes de seus pais, nas aldeias do concelho.

Em 1953, essa situação alterou-se através da criação do Externato Cardeal Saraiva, fundado pelo barcelense Dr. Luís Figueiredo (2) no edifício onde hoje está instalada a secretaria da Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima, na antiga Rua do Pinheiro (que também foi Rua António Feijó), hoje denominada Rua General Norton de Matos (3). Foi lá que durante dez anos funcionaram as seis turmas do chamado ensino secundário, desde a 4.ª classe e admissão aos liceus (4), até ao 5.º ano. Nos primeiros anos da década de sessenta, que podemos considerar como o auge deste estabelecimento de ensino, a média anual da população escolar ultrapassava as 120 pessoas, incluindo alunos e professores. No início do ano lectivo de 1963/64, o Externato mudou-se para a Vila Moraes, onde funcionou até Julho de 1976.

Durante os seus 23 anos de funcionamento, o E.C.S. foi a plataforma de lançamento profissional de centenas de jovens do concelho e arredores que nele obtiveram o diploma do Curso Geral dos Liceus, após a conclusão do 5.º ano (composto pelas secções de Letras e de Ciências). Nos dias de hoje, sobretudo após a sanha destruidora de origem governamental que o ensino secundário atravessa, é inimaginável o nível cultural e intelectual que os alunos de então atingiam ao finalizar o ensino secundário. Basta dizer que os jovens que terminavam o 5.º ano estavam aptos para ingressar no sector do Estado logo que completassem 18 anos, através do processo de emancipação que antecipava a maioridade. Dezenas de rapazes limianos iniciaram desse modo carreiras na Câmara Municipal, na Segurança Social, na Caixa Geral de Depósitos, na Justiça, nas Finanças, nos Correios, na TAP e em muitos outros serviços da Administração Pública. Com esse nível de estudos, muitos atingiram lugares de chefia e de directores de serviços, e no serviço militar entravam directamente na classe de sargentos. Hoje sabemos como os nossos jovens terminam o 9.º ano: muitos sabem ler, mas não compreendem o que lêem; escrevem, mas não sabem redigir; não sabem nada acerca das matérias-primas que o País produz; nem sabem situar nem dizer quantos distritos, rios e serras existem em Portugal; nem sabem se numa determinada região existe linha-férrea; nem conhecem a História da sua Pátria; não sabem o que é o cálculo mental; e para somarem ou subtraírem têm de usar calculadora. Mas sabem que escusam de estudar para poderem passar de ano e que podem faltar às aulas.

Nos bons velhos tempos do Externato Cardeal Saraiva, apesar do esforço contínuo que os alunos tinham de fazer para não apanharem uma raposa no exame, o que obrigava a repetir o ano, havia tempo para a borga e para o lazer. A vila era um pequeno burgo que começava, num sentido, nas casinhas do Arrabalde e acabava na Igreja de Nossa Senhora da Guia e no caminho do cemitério. No outro sentido, começava no Largo de Camões e terminava no fim da Rua do Pinheiro, e no cimo da Avenida António Feijó. E era nesse escasso tecido urbano que pululavam os rapazes do Externato, de livros debaixo do braço e partindo esquinas depois das dezasseis e trinta.

Em 7 de Outubro de 1953, só arrancaram três turmas: 4.ª classe e admissão, 1.º ano e 2.º ano. Alguns deles vieram do Liceu de Viana e outros do Colégio D. Maria Pia. Quando o meu irmão Afonso Manuel entrou para a 4.ª classe e admissão, no ano lectivo de 1955/56, já o 4.º ano funcionava com uma dúzia de alunos. Mais tarde, quando eu passei da Escola Primária da Avenida para o Externato, no ano lectivo de 1959/60, a turma da 4.ª classe e admissão tinha vinte e seis alunos. A turma do 4.º ano, no ano lectivo de 1964/65, era composta por 13 rapazes. Estes são alguns dos indicadores que permitem conhecer minimamente a evolução deste estabelecimento de ensino que marcou a nossa vila no terceiro quartel do século passado.

Mas a história do ECS está também repleta de peripécias, vicissitudes e momentos pitorescos que mereciam figurar em obra monográfica. Nos primeiros tempos, também havia aulas aos sábados, durante todo o dia. No ano em que o Externato começou (1953/54), a turma do 2.º ano tinha vários alunos já espigados, alguns deles oriundos do Liceu de Viana, que não concordavam com aulas ao sábado de tarde. Após algumas semanas de mentalização, a turma fez greve e num determinado sábado os alunos faltaram às aulas. Foi uma autêntica rebelião, naqueles recuados tempos de ditadura, de severa autoridade escolar e de ausência de direitos dos formandos! Mas resultou!

No espaçoso quintal do velho Externato, onde funcionava o recreio e no qual se situava o ginásio, existia um grande tanque de rega que servia de pia baptismal para os novos alunos. No início de cada ano escolar, para gáudio dos professores que assistiam da varanda, ao cimo das escadas exteriores, os novos alunos eram perfilados e submetiam-se ao ritual da praxe: com um penico recolhia-se água do tanque e, depois, com a vassoura de piaçaba da casa de banho, aspergiam-se os neófitos um a um. Para estes era um dia de grande ansiedade e temor, pois a cerimónia era presidida pelos alunos velhotes do 5.º ano, alguns dos quais já tinham 19 anos. Recordo-me do respeito que senti quando chegou a minha vez e o saudoso João Carvalho, acolitado pelo Júlio Vilar, pelo Aleixo Barros e pelo Horácio, me abençoou, tinha eu 9 anos. Até o velho Adolfo Magalhães, o todo-poderoso contínuo, se condoeu da minha figura!

O Sr. Adolfo andava sempre com uma chibata de oliveira na mão, pronto a zoupar nos alunos que sujavam a retrete ou eram apanhados a fumar. Mas, apesar disso, era bom homem e todos os rapazes o veneravam. Outra figura inesquecível daqueles tempos era o Sr. Fausto, professor da 4.ª classe e admissão, responsável pelos brilhantes resultados que os seus alunos obtinham no Liceu de Viana. Era severo, trabalhava bem com a cana e com a régua, mas ensinava com muita eficiência. Era professor primário e também responsável pela secretaria, tendo vindo substituir o professor Oliveira. Adorava caçar e no tempo dos tordos e dos estorninhos, ao pôr-do-sol, andava pelo Tôpo e pela Senhora da Guia, à espera da recolha da passarada nos seus locais de pernoita, nos frondosos plátanos da avenida marginal. A pólvora e os chumbos para os seus cartuchos eram pesados na Pharmácia Brito, em parceria com o agente da PSP Cruz, outro inveterado caçador daquele tempo: um deitava a pólvora e os chumbos no prato da balança; o outro embrulhava-os em papéis individuais, para depois processarem os cartuchos em casa.

Em frente ao Externato existia a casa e oficina do marmorista Manuel Passos Lopes, cuja esposa mantinha um pequeno negócio de frutas, tremoços, biscoitos e rebuçados. A sua estratégica situação permitia que os alunos se abastecessem durante os intervalos das aulas, fintando sempre o controle do Adolfo e do Fausto. O Sr. Manuel era amigo e protector da rapaziada, e ajudava-nos com pequenos empréstimos para comprar cadernos, canetas e guaches na secretaria.

O modo de vida daquela estudantada também merecia uma análise histórica. A actual geração ficaria a imaginar quanto era difícil estudar naquele tempo, em que não havia transportes escolares, nem cantinas para almoçar, nem bibliotecas para estudar, nem audiovisuais, nem calculadoras. Os lápis, as canetas e os guaches tinham de ser aproveitados ao máximo e os livros aprovados passavam de irmão para irmão ou eram vendidos aos mais novos, pois vigoravam durante muitos anos. Lembro-me dos irmãos Brandão virem muitas vezes a pé, de Brandara, pois não tinham camioneta a horas adequadas. E o mesmo acontecia muitas vezes com os irmãos Coelho Araújo, de Serdedelo.

No final das aulas ou no intervalo do almoço muitos rapazes batiam a zona do Colégio D. Maria Pia, sempre na esperança de um olhar fortuito através das cortinas ou de uma conversa rápida com a namorada, se as freiras se distraíssem. Alguns, mais ousados, até de noite se aventuravam em veladas e serenatas mal conseguidas. Um deles, o Zé Brandão, acusava geralmente a sua presença cantando o It’s now or never! Se a vigília lhe corria mal, abandonava o campo de batalha assobiando o Only You, muitas vezes em passo de corrida, quando os polícias Gama, Armada ou Aires eram chamados pelas freirinhas.

Na década de sessenta o que estava a dar era o jogo dos cavalos (uma espécie de jogo da glória) no Café Central, e o bilhar e a lerpa nos Bombeiros, no edifício onde hoje está instalado o auditório da Assembleia Municipal. Sob a vigilância atenta do contínuo, o velho e saudoso Sr. Armando Magalhães, que tinha mão na polícia, muitos alunos iniciavam-se na jogatina logo na adolescência, como foi o meu caso. Apesar de ser jogo a tostões, alguns conseguiam juntar dinheiro para um maço de cigarros ou para uma canada dry. No meu caso pessoal, o bluff da lerpa serviu-me mais tarde de escola para as noitadas de póquer no reservado do Pica-pau, onde nem o Pinto polícia conseguia entrar. Já o Externato tinha ficado para trás!

Entretanto, no ano de 1961, o Dr. Luís Figueiredo resolveu regressar a Barcelos e o alvará do ECS foi vendido ao Padre Carlos Pinheiro e ao advogado Dr. Alcides Martins Pereira, em compropriedade. Os novos donos, reconhecendo as limitações físicas e estruturais do velho casarão, entraram em acordo com a Oficina de São José (5), que entretanto já estava a funcionar no parque da Vila Moraes, para instalação do Externato no seu palacete. A decisão desse acordo não mereceu a conivência do saudoso Cónego Manuel José Barbosa Correia, fundador da Oficina, mas a fusão das duas entidades foi benéfica para ambas as instituições. Nesses anos difíceis, o Padre Carlos Martins Pinheiro lutava com grandes dificuldades para gerir a Oficina de S. José, cuja administração recebera do Cónego Correia, pois os fornecedores de víveres ameaçavam cortar-lhe o crédito (6).

Foi assim que eu passei do velho edifício para o novo Externato, no arranque do ano lectivo de 1963/64, altura em que o Padre João de Oliveira Lopes apareceu para dirigir tecnicamente a Oficina de S. José (8 de Outubro de 1963) e deitar uma mão à gestão administrativa e disciplinar do Externato. O novo contínuo era o Sr. João Baptista Pereira Martins (João Quina, filho do célebre João Olhinhos, fundador do “Nosso Café” da Rua Cardeal Saraiva), ajudado pelo Sr. Franco, da Senhora da Guia.

Os professores eram dedicados e não facilitavam a vida dos alunos. O grau de exigência era confirmado anualmente nos resultados escolares, sobretudo nos exames nacionais de admissão aos liceus e nos exames do 2.º e 5.º anos, que eram realizados no Liceu de Viana, para onde os alunos iam em camioneta fretada à Auto-Viação Cura, muitas vezes à mistura com as alunas do Colégio D. Maria Pia. Pessoalmente, apesar da imensa saudade que me invade quando escrevo sobre este tema, recordo com particular nostalgia: o Professor Gachineiro da Cunha, de inglês; a Dr.ª Ana Maria Pereira de Castro, de história, geografia e desenho; o Sr. Amorim, cabo da GNR que deu ginástica no velho Externato; o Padre Carlos Pinheiro, professor de português; o Dr. Manuel Pimenta, de ciências naturais; e o Adolfo Magalhães. A eles devo alguns dos melhores momentos académicos que vivi.

O novo Externato deu mais possibilidades de conforto aos alunos, graças à grandiosidade do palacete da Vila Morais e ao seu enorme parque botânico, e permitiu, também, a criação do Lar Académico, que se revelou uma estrutura vital para acolher várias dezenas de jovens de outras terras, os quais não tinham possibilidade de alojamento na vila. Um estudo histórico mais profundo revelaria a epopeia da adaptação dessas instalações no palacete, a construção do ginásio e a transformação do campo de ténis em parque polivalente, grandiosas tarefas às quais se entregaram com entusiasmo muitos jovens alunos da Oficina de S. José, sempre sob a batuta do Padre João Lopes. A gestão alimentar do lar e a supervisão da sua cozinha estava a cargo da governanta D. Laura Gonçalves Vaz (a D. Laurinha, como era conhecida), que tinha que garantir almoços a 110 utentes (pensionistas residentes e alunos externos).

Com o dinamismo desse sacerdote e a colaboração dos seminaristas João Rodrigues de Sousa e António Oliveira Fernandes, logo em 1963 foi criado o Teatro Académico Limiano (7). Esta iniciativa do ECS foi de enorme importância na ocupação dos tempos livres dos alunos e na abertura à vila, pois congregou muitos rapazes que não eram estudantes e permitiu a integração das meninas do colégio nas récitas que se realizaram consecutivamente durante 4 anos.

Com o surgimento da Escola Preparatória António Feijó e da Escola Secundária, o ECS entrou em declínio, pois as propinas tornaram-se um factor limitante. Em 1974/75 foi o último ano em que houve aulas no palacete, mas sob a responsabilidade pedagógica do Externato de Lanheses. No ano lectivo de 1975/76, os escassos alunos ainda inscritos no ECS transitaram para Lanheses, com alguns professores, e no final desse ano escolar o Externato Cardeal Saraiva extinguiu-se.

Aqui fica para a posteridade um resumo dos seus 23 anos de notável actividade pedagógica, cultural e cívica, durante os quais se prepararam centenas de licenciados, professores, gestores, autarcas, políticos, quadros técnicos, funcionários públicos e comerciantes de sucesso que muito contribuíram para o progresso social e económico do País.

A vila e o concelho limiano não seriam o que são hoje, se não tivesse existido o Externato Cardeal Saraiva.

 

Notas

(1)  Até 1953, os rapazes ainda podiam frequentar o colégio, mas só até à conclusão do 2.º ano. Depois dos 12 ou 13 anos, a presença do sexo masculino era incompatível com a esmerada educação que as Meninas do Colégio ali recebiam.

(2)  Era casado com a Dr.ª Maria Antonieta Pina Nunes Hall, farmacêutica directora da Pharmácia Brito (ver Revista Limiana nº 7, de Abril/2008) e veio do Externato António Barroso, de Barcelos, com o Dr. João, que cuidava da parte administrativa. No início era o professor Oliveira que dava a 4.ª classe e admissão. Em 1964, o Dr. Luís era Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, onde se celebrizou pela electrificação do concelho.

(3)  Nessa casa viveu o Dr. Teófilo Carneiro (1891-1949). Depois de 1963, com a saída do Externato para a Vila Moraes, viveu lá a família do seu filho Dr. Abel Carneiro, advogado (pai do nosso contemporâneo Dr. Teófilo Carneiro, que exerce advocacia na nossa praça).

(4)  O exame de admissão ao ensino secundário era de enorme rigor e realizado nos liceus. Muitos alunos optavam por fazer a 4.ª classe num só ano, e a admissão no ano seguinte. Os professores e os pais, quando um aluno conseguia fazer os dois exames no mesmo ano, diziam que ele tinha metido uma lança em África!

(5)  A Fundação Oficina de S. José de José Freire de Andrade, que havia recebido de D. Laura Freire de Andrade valiosas propriedades em V. N. Famalicão, vendeu esse património e adquiriu a Vila Moraes por 1.700 contos. Na ocasião, a direcção da instituição contraiu um empréstimo de 700 contos.

(6)  Ver Limiana nº 19 (A obra limiana de D. Carlos Pinheiro), de Outubro de 2010.

(7)  Os espectáculos enchiam o Teatro Diogo Bernardes, onde a população se deliciava com peças teatrais, música e jograis. Em 1967 os espectáculos terminaram, mas o Conjunto TAL prosseguiu até 1969, altura em que o baterista José António Amorim (o Chaves) foi para a tropa.

 

Nota do Autor

Este trabalho foi elaborado graças às informações recolhidas junto do Rev. Padre João Lopes e de José Gonçalves Araújo, antigo aluno do ECS e actual Coordenador da Santa Casa de Misericórdia de Ponte de Lima.

Além do meu reconhecimento ao Reverendo Padre Lopes e ao meu amigo José Gonçalves, manifesto a minha gratidão aos meus amigos António Fernando (Tanito), Alípio Matos, Júlio Vilar, João Luís Ferraz, João Luís (Carteira), Teófilo Carneiro, Zeca Amorim (Chaves), José Pereira Fernandes, Armando João Dantas (Mando Jão) e Sérgio Alexandre Gonçalves.

A minha gratidão especial para a querida professora Dr.ª Ana Maria Craveiro Pereira de Castro pelo apoio e encorajamento para que esta pesquisa se realizasse.

 

Publicado na LIMIANA - Revista de Informação, Cultura e Turismo n.º 22, de Abril de 2011

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

Sugestões