Falar do Padre Manuel Dias é falar do Monte da Madalena, recanto a que ele e a sua família devotaram tanto carinho e amor.

Falar do Padre Manuel Dias é como fazer uma viagem pela simplicidade, neste caso sinónimo de sabedoria e de inteligência.

Falar do Padre Manuel Dias é retornar aos bancos da escola lembrando o meu professor, no Externato Cardeal Saraiva.

Falar do Padre Manuel Dias é lembrar o presidente da A. D. “Os Limianos”, no ano de uma retumbante vitória sobre o grande rival Vianense.

Falar do Padre Manuel Dias remete-nos para o Cortejo Histórico das Feiras Novas, criado por si em 1971, sendo autor do guião.

Falar do Padre Manuel Dias é falar de múltiplas acções culturais e de uma constante dedicação ao conhecimento e saber.

É este o homem sempre preocupado com as instituições de Ponte de Lima e muito mais preocupado com a manutenção e conservação dos valores culturais e patrimoniais. A sua postura e a sua atitude levaram-no a fazer parte da direcção da LIMICI – Associação de Defesa do Ambiente e do Património Cultural de Ponte de Lima, criada pelo “barbarismo com que as nossas gentes, mais ou menos responsáveis, tratam os valores culturais de que somos tão só fiéis depositários”. A sua amizade com José Rosa Araújo reverteu em iniciativas que demarcaram Ponte de Lima como um centro cultural de grande importância. Hoje, o nosso Arquivo Municipal é um espaço cultural reconhecido no país, pela sua organização, pelo seu acervo, pela sua modernidade. A sua direcção é dedicada e apaixonada pelos desafios que propõe e que enfrenta.

Em breve será protocolada uma parceria com a Casa Norton de Matos, para possibilitar aos estudiosos e investigadores o acesso à biblioteca e ao arquivo da casa. Entendemos que vai ser um dia importante para Ponte de Lima a cerimónia de assinatura deste protocolo. Temos sido actores do tempo da cultura, que afinal é todo o tempo. Manuel Dias é deste tempo, ensinou todos aqueles que se preocupam com a cultura, através do seu exemplo, e vai ficar contente pela Casa Norton de Matos se abrir aos estudiosos e investigadores. O Arquivo Municipal é seu e muito lhe deve.

O Padre Manuel Dias merece que se faça tudo por Ponte de Lima, que se preserve, que se promova e que se conserve todo o património que ajudou decisivamente a conhecer e ao qual dedicou parte importante da sua vida. Homem do conhecimento, do saber, do rigor científico, o Padre Manuel Dias é, será sempre uma referência cultural de Ponte de Lima.

In: LIMIANA – Revista de Informação, Cultura e Turismo n.º 30, de Dezembro de 2012