Mundo Claustrum (Portugal)

Mundo Claustrum (Portugal)


Concepção da ideia e concepção técnica

  • Alexandra Campos Teixeira – Eng.ª Agrícola
  • Luís Sá e Melo – Arquitecto

 

Produção

  • Casa de Saúde S. José

 

Conhecer, do Latim Cognoscere, de Com- “junto”, mais Gnoscere- “saber”. O verdadeiro conhecimento nasce no encontro, no dar e receber, no partilhar. E se isto já era claro na antiguidade, agora está patente para todos. Hoje, os grandes avanços científicos fazem-se por diferentes grupos de trabalho, dispersos na geografia do nosso planeta mas que, graças às novas tecnologias de informação, discutem, partilham, questionam e validam as suas descobertas.

Na Idade Média os mosteiros eram os locais de recolha, depósito e natural desenvolvimento do saber medieval, verdadeiros centros do conhecimento, que não se fechavam sobre si próprios, antes desempenhavam um importante papel na disseminação desse mesmo conhecimento.

Entre esses saberes estavam o da utilização das plantas para fins medicinais. De facto, era nos jardins dos mosteiros que plantas de reconhecidas virtudes eram transplantadas e organizadas em canteiros e cercaduras, e eram estudadas as suas qualidades. Existiam boticas em muitos conven- tos e mosteiros e muitas não se limitavam a fornecer as próprias ordens, vendendo medicamentos ao público.

Do ponto de vista arquitectónico, o mosteiro é, no seu conjunto edificado, um lugar construído com a vocação do pensar colectivo, da contemplação, da procura de compreensão pela apreensão da grandiosidade divina, um reduto de desenvolvimento do conhecimento, um edifício gerador de saber.

Neste conjunto edificado o claustro é o lugar de contemplação por excelência, pois é ele próprio espaço de encontro privilegiado. O claustro representa a delimitação e a geometrização do mundo natural, a sua domesticação, a revelação da beleza divina.

A proposta recria como gesto fundacional, o claustro. Na estrutura regular sugerimos o corredor deambulatório que enquadra um pátio central, ajardinado, com quatro momentos de aproximação. Esta estrutura fechada, em parte obscura e longe do pátio central, procura recrear o sentimento de recolha e estranheza que podemos sentir quando pela primeira vez o percorremos. O chão em gravilha marca o som dos passos.

Num segundo momento, o corredor abre-se mais para o pátio, a luz entra de uma forma mais franca, a estrutura torna-se mais aberta, estamos menos sós. Ao virarmos, a estrutura torna-se um elemento mais livre, com o qual interagimos, nos dá opções de percursos e as plantas começam a penetrar. Finalmente, o quarto momento, a estrutura abre-se e torna-se indiferente. Somos impelidos a entrar no jardim. A água, que cai ao centro, absorve todos os ruídos exteriores como que suspendendo o tempo. Nesta geometrização do mundo natural, podemos tocar, cheirar e conhecer algumas das plantas aromáticas que, pelas suas características, reflectem um conhecimento acumulado ao longo dos séculos da farmacologia.

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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