Água, Um Ano no Jardim (Portugal)

Água, Um Ano no Jardim (Portugal)


Concepção da ideia

  • Ana Luísa Paulo - Arquitecta
  • Marta Tavares - Arquitecta
  • Cristina Vaz Santos - Arquitecta

 

Concepção técnica

  • Ana Duarte - Estudante
  • Ana Luísa Paulo - Arquitecta
  • Cristina Vaz Santos - Arquitecta
  • Gonçalo Alegre - Músico
  • Marta Tavares - Arquitecta
  • Marta Trindade - Arquitecta Paisagista
  • Nuno Frederico - Artista Plástico e Fotógrafo
  • Luísa Ferreira - Arquitecta

 

Produção

  • Município de Ponte de Lima

 

A Água e o Jardim que história partilham? Que experiências proporcionam? Como interagem com a 4.ª dimensão, o tempo?

“E o Senhor plantou um jardim, do lado oriental (…) E saía do Paraíso um rio para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços (…) Pison; (…) Geon; (…) Tigre; (…) Eufrates.” (Génesis 2:8-14).

No século V a. C. na região do Médio Oriente e, em particular na Pérsia, surgem as primeiras concepções de jardins. Num contexto desértico, a existência de jardins apenas era possível através da presença da água e do desenvolvimento de técnicas agrícolas de captação e distribuição (rios, poços, canais...) e de armazenamento (tanques e poços). O deserto era um mundo morto, árido e agreste, quente e ausente de água e, por isso, o jardim representa o seu oposto, o lugar da vida, da cor, do diverso, da densidade vegetal e do frescor pela presença da água.

Os jardins continham um elemento de água, por vezes no centro e de onde partiam quatro canais de irrigação. Todo o jardim ou “pairidaeza” era um espaço encerrado pela barreira física e simbólica de um muro. A palavra “pairidaeza”, em latim “paradisus”, significa belezas do jardim Persa e, genericamente, evoluiu para “Paraíso” – O Paraíso é um jardim! A água apresenta-se no jardim como um elemento vital e cíclico, diverso em experiências sensoriais, demonstrando diferentes repercussões no seu espaço físico. Propõe-se viver a experiência do efeito da água num ciclo de vida de um ano num jardim. Subdivide-se esse ano em quatro estações e recriam-se quatro intensidades de água; quatro sonoridades de água; quatro cenários de vegetação; quatro ambientes texturais e cromáticos; quatro experiências da água no jardim.

Quatro muros desenham um quadrado posicionado no centro do lote negro e árido; o espaço interior coberto é fechado/contido entre muros, numa alusão histórica dos “pairidaeza”; nas suas paredes as quatro estações do ano surgem em imagens de água, que ganha vida pela tridimensionalidade de bolhas.

No centro geométrico do espaço interior posiciona-se uma estrutura em forma de paralelepípedo, simbolicamente um poço de água, outra alusão histórica, de onde irradiam ortogonalmente quatro canaletes de luz no sentido de cada mural, em que a espessura de cada canalete é determinada pela intensidade de água da estação correspondente.

Na parte exterior das estruturas dos muros, mantendo-se a correspondência com a estação do ano, surgem quatro jardins com o desenho metafórico de tapetes Persa – alusão histórica e civilizacional dos primeiros jardins conhecidos; os tapetes/jardim desenrolam-se e cobrem o espaço, recriando a presença da água através do cenário de cada estação.

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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