A paisagem é um conjunto de camadas temporais que testemunham a evolução do Homem e o modo como este engenhosamente a moldou originando a indústria do seu sustento, a fábrica da sua alimentação. Este jardim pretende demonstrar a cadeia necessária para a alimentação humana, desde os processos intangíveis dos ciclos bióticos e abióticos dos ecossistemas à manipulação que o Homem faz da paisagem e do material vivo para garantir a sua subsistência.
O projecto é apresentado como um percurso ao longo das diferentes fases da produção de massa, alimento escolhido para a alegoria, que revelam simultaneamente o papel da paisagem enquanto elemento agregador e gerador da criação de alimento.
1 – Agricultura – A Paisagem do Cultivo: representa o cultivo que, no ciclo da produção da massa, é uma evocação das paisagens cerealíferas.
2 – A Moagem – A Paisagem da Transformação Artesanal: exibe a etapa da farinação do grão proveniente das paisagens agrícolas.
Esta etapa é simbolizada por um moinho de vento, o qual representa um primeiro nível de transformação.
3 – A Fábrica – A Paisagem Industrial: a terceira etapa mostra todos os intrincados processos pelos quais os alimentos passam, na era da massificação, antes de chegarem ao consumidor. Só uma paisagem de fábricas automatizadas pode alimentar uma sociedade contemporânea que evoluiu para uma tão grande densidade populacional desligada da produção primária.
4 – A Árvore – A Máquina da Vida: uma grande árvore, inspirada nas estruturas utilizadas para deixar a massa repousar, pendente de modo a que seque eficazmente, remata o ciclo da produção de massa. Duas janelas no chão revelam um intrincado sistema mecânico que representa os sistemas intangíveis que compõem o meio ambiente.
5 – O Banco Alimentar – A Paisagem da Reflexão: por fim, o visitante é convidado a sentar-se e reflectir sobre o esforço, o engenho por trás da produção de alimento e do significado da escassez ou desperdício do mesmo.
A paisagem, como uma indústria natural manipulada pelo homem para satisfazer as suas necessidades, funciona como uma fábrica de produção de biomassa – sem matéria-prima não existe nada a transformar, sem paisagem não existe matéria-prima.
