O ninho – lugar para entrar em contacto íntimo com a natureza, para ser acolhido, confortado e nutrido.

O projecto inspira-se no tema do jardim medieval, entendido como espaço “invejosamente” fechado e murado – o hortus conclusus, onde a natureza reencontra a beleza original da criação.

Uma faixa de árvores de fruto e ervas aromáticas envolve e protege o coração do jardim, o ninho. A faixa é o local de trabalho, da criação. O espaço é dividido em pequenos canteiros de formas irregulares, cada um dos quais dedicado a grupos de pequenas árvores ou a manchas de ervas aromáticas. Para cada canteiro um tema relacionado com o mundo do jardim e da cozinha.

O coração do jardim é o lugar do prazer, para descansar e nutrir-se. Um pequeno espaço de relva, para caminhar descalço. No centro, um0 escultura criada com ramos, entrançados em forma de ninho, para apreciar os produtos do nosso edible garden.

Cordões de ramos entrançados para delimitar os canteiros, treliças para suportar as trepadeiras: a utilização do entrançado tem origens antiquíssimas, encontram-se traços visíveis nas miniaturas, nas pinturas sacras marianas e em todas as primeiras representações de trabalhos agrícolas. Mas é sobretudo na Idade Média que a treliça de ramos entrançados, de instrumento de cultivo, passa a estrutura principal do jardim. A verdadeira alma do hortus conclusus, desempenhando diferentes funções no recinto, de sustentação para plantas e de contenção para cultivar as árvores com forma. No ninho o tema do entrançado exprime-se nos cordões de ramos e no uso de treliças.

Seis áreas temáticas de frutos e ervas aromáticas circundam a pequena zona de relva, cujos temas são: a vida e o vinho; a oliveira – árvore da paz; a romãzeira – símbolo de fertilidade; o medronheiro; pequenos frutos e plantas aromáticas.

Que espera o visitante de um edible garden? Um lugar onde nutrir-se mas, também, um local onde reapropriar-se do tempo marcado pelos ritmos da natureza.