Antropia no Jardim (Portugal)

Antropia no Jardim (Portugal)


Concepção da ideia e concepção técnica

  • Eduardo Moura – Arq.º Paisagista
  • José Torres – Eng.º Agrónomo

 

Produção

  • Naturcampo-Paisagismo, Lda

 

A presente proposta revela-se como uma alusão às acções humanas na natureza e das suas consequências no ciclo terrestre, daí que se denomine como “Antropia no Jardim”. Pretende-se uma materialização de alguns fenómenos naturais sob a forma de esculturas no jardim, com o intuito de alarmar e inquietar-nos perante as atitudes irracionais que o homem continua sistematicamente a ter perante a natureza.

Deste modo, surgem três espaços que focam exactamente fenómenos naturais com acções destruidoras: tufão, seca extrema e o degelo das superfícies dos calotes glaciares. É um facto que ocorrem em maior número e com efeitos cada vez mais devastadores e, por conseguinte, o projecto vai de encontro à nossa sensibilidade para que cada vez mais tenhamos um comportamento de respeito e valorização da natureza.

Num quarto espaço, o jardim surge circundado pelos três anteriormente referidos, representando áreas naturais ainda não destruídas e que vão sendo cada vez mais residuais, como um “micro-cosmos” onde o homem usufrui e dele depende.

Neste jardim, o visitante terá a oportunidade de percorrer um caminho em saibro, de forma recortada e geométrica e apreciar as distintas temáticas propostas.

O Tufão é a escultura em maior escala, como um elemento representativo da força e magnitude destruidora. Neste espaço estão colocados vários destroços de árvores, sob a forma de cepos e troncos partidos, com ramificações espalhadas e que simulam o cenário pós-acção destruidora do tufão.

No lado direito da entrada do jardim surge a Seca, com um solo fendilhado após um longo período de ausência de chuva. O avanço implacável da seca no globo terrestre assume cada vez mais uma importância na preocupação das políticas globais, associando-se a progressiva escassez de água e insegurança alimentar.

A parcela de jardim é constituída por espécies autóctones, como motivo de valorização do genoma e promoção de habitats, que vão sendo cada vez mais escassos por acções antrópicas. A manutenção ou até mesmo a sua promoção deve ser prioritária a nível global, por contribuírem não só no ciclo da água, como pelo facto de serem espaços de usufruição e lazer.

O Degelo dos Glaciares, representado por um grande bloco e outros de menores dimensões, figura a desagregação dos calotes de gelo que, com a sua actual progressão, agravará a subida do nível dos mares e consequentemente a existência de zonas urbanas litorais. Estima-se que cerca de cem milhões de pessoas vivam a menos de um metro acima do nível dos mares.

Pretende-se com este jardim contribuir para alterar o paradigma actual, ou seja, o visitante deve sair num estado desperto e esclarecido, devendo focar a sua consciência no que fazer para que a situação não piore e não em saber se as alterações climáticas existem ou não.

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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