Concepção da ideia e concepção técnica
Produção
A descoberta define-se pelo acto de anunciar ou revelar um princípio científico desconhecido mas preexistente na ordem natural.
Frequentemente somos estimulados pela curiosidade, por novas tecnologias e rapidamente colocamos questões, partilhamos ideias, encontramos inspirações, exploramos a literatura, fazendo assim inúmeras descobertas.
O percurso de uma descoberta é como se de uma viagem se tratasse, com início e em que vários caminhos são percorridos, várias escolhas são tomadas e várias etapas são concluídas, chegando assim à verdadeira descoberta, onde culmina.
A própria vida é como um túnel, com princípio e fim, com diversos caminhos e escolhas possíveis que, dependendo do tipo de estímulos e influências, levarão a diferentes descobertas ou pelo menos a diferentes perspectivas, permitindo assim que cada um veja o que o rodeia com os seus próprios olhos, desvende as suas próprias paisagens e realize as suas próprias descobertas.
Surge assim a ideia deste conceito, de criar um espaço que proporcione uma experiência humanizada em relação ao percurso da descoberta, que está aqui associado à viagem da vida, com o objectivo de trazer uma nova leitura sobre aquilo que se vê.
E como se estrutura o jardim?
A instalação proposta, em estrutura espelhada, assume a forma de um túnel, fechado para recrear o sentimento de recolha e estranheza que podemos sentir quando pela primeira vez o percorremos, tal como no nascimento. O chão interior, em gravilha, pretende marcar o som dos passos aquando do início da viagem dos nossos viajantes e fomentar a ideia do percorrer algo desconhecido. Para desvendar quais os segredos escondidos no interior da estrutura, deve-se percorrer, explorar e descobrir.
O viajante entra no túnel, inicia a sua viagem e, confrontado com sensações, vê-se estimulado pela leitura de várias frases que vai encontrando levando-o a questionar-se e a avançar. Ao prosseguir a sua viagem chegará a um lugar onde poderá fazer uma retrospectiva muito própria, pela visualização do seu reflexo num espelho, representando este as descobertas pessoais. Perante os estímulos e reflexões, o viajante poderá escolher o melhor percurso para continuar a sua viagem, a sua descoberta, onde se constatará, observando o mesmo objecto de diferentes perspectivas, que a verdadeira viagem das descobertas não consiste em procurar novas paisagens mas sim ter novos olhos. O espaço envolvente acompanha de forma crescente o trajecto, começando por apresentar as plantas de menor porte passando para as de maior porte e é reflectido no espelho da estrutura a fim de evidenciar as influências que o exterior tem no percurso da nossa vida e consequentemente nas descobertas de cada um.
O material vegetal escolhido mistura espécies autóctones com alóctones na tentativa de simbolizar os grandes feitos dos portugueses, de que são exemplo as Descobertas Portuguesas, representando as várias relações e contactos estabelecidos e todas as influências vividas, no período dos Descobrimentos, que determinaram o percurso das suas descobertas, permitindo-os alcançar grandes feitos de extrema importância para o Mundo.
Ponte de Lima no Mapa
Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.
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