Descobre a Descoberta (Itália)

Descobre a Descoberta (Itália)


Concepção da ideia e concepção técnica

  • Ilaria Tabarani – Arquitecta Paisagista
  • Lolo Decembrini – Arquitecto Paisagista
  • Carlo Giannone – Arquitecto Paisagista

 

Produção

  • Município de Ponte de Lima

 

A curiosidade é inerente à natureza do homem, é o que o move e o leva a superar as suas fronteiras. A curiosidade sempre o levou à descoberta de coisas novas.

A descoberta será de facto objectiva?

Desde o nascimento até certa idade, as crianças descobrem o mundo mais ou menos da mesma maneira. Descobrem as funções vitais, o seu corpo, reconhecem a mãe e o pai, o espaço envolvente, mas depois entra o factor curiosidade e é com certeza uma coisa subjectiva.

Como é que a curiosidade pessoal se reflecte nas descobertas?

Diz-se que “quem procura sempre alcança”, mas quantas vezes sucede que procuramos uma coisa e encontramos outra? A descoberta será então acidental? Muitas inovações científicas nasceram assim. Quando é que estamos prontos para fazer uma descoberta?

Mostramos um jardim ideal e idílico, exuberante e agradável. Convidamos o visitante a caminhar entre os canteiros coloridos e perfumados, ouvindo os seus passos no solo, lendo os nomes das plantas incríveis que vai descobrindo e, no fim, quando está pronto para a descoberta, convidamo-lo a subir ao miradouro. Como disse Marcel Proust: “A única viagem verdadeira, o único banho de Juventa, seria não partir em demanda de novas paisagens, mas ter outros olhos, ver o universo com olhos de outra pessoa, de cem pessoas, ver os cem universos que cada uma delas vê, que cada uma delas é...”.

Subindo para o miradouro, o nosso passageiro poderá ver os outros jardins de um ponto de vista distinto, descobrindo desta forma coisas novas sobre um argumento que já foi abordado mas, mais do que isso, vai conseguir que o nosso jardim represente, cá de cima, qualquer coisa que não era clara em baixo – a descoberta que permite ao homem ser o que é hoje em dia: o fogo.

O jardim articula-se em dois níveis. Ao entrar vêem-se todas as estruturas entre as plantas vistosas que têm alturas diferentes. Dos lados há tanques de tamanhos e alturas desiguais, que contêm flores para estarmos sempre rodeados pelas mesmas. Os rótulos de cor começam no vermelho e vão desbotando até cor-de-laranja e no fim em amarelo. O pico do jardim é a construção de ferro com painéis de madeira. Esta construção reproduz, figurativamente, a lenha a arder. A escada de acesso não é imediatamente visível, pelo que também poderá ser uma descoberta. O pavimento é marcado pelo “carvão”, em mais uma alusão ao fogo, os caminhos são conduzidos e demarcados por margens florais e um banco em madeira também serve de vaso.

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

Sugestões