Autóctone: Do latim autos (si mesmo) + khton (terra); Que ou o que é natural do território onde vive; Que pertence ao povo natural de um território; Que tem origem no local onde se encontra ou onde se manifesta.

Alóctone: Do latim allos (outros) + khton (terra); Que ou o que não é natural do território onde vive; Que não tem origem no local onde se encontra ou onde se manifesta.

Como será ter de abandonar as nossas raízes? Quando todo o conhecimento adquirido se torna inútil na impossibilidade de o pormos em prática no país que nos viu nascer...

Esta instalação pretende ser uma crítica reflexiva sobre os movimentos migratórios dos jovens nos nossos dias. Abandonar o nosso próprio país, aquele que nos viu nascer em busca do que não conseguimos encontrar, inutilidade de um conhecimento quando não aplicado.

A cada dia aumenta o número de jovens portugueses que, com uma mala carregada de conhecimento adquirido ao longo de anos, partem em busca de um outro território, onde esse mesmo conhecimento/esforço possa ser reconhecido. Deixando o seu país, estes jovens que somos todos nós (autóctones), deixam as suas raízes num país que os viu nascer e aterram num outro (alóctone).

Enquanto uns partem por opção ou ambição profissional, muitos outros partem na esperança de melhores condições de vida e de um futuro profis- sional que se avista longe no país que é seu por direito.

Um avião, carregado com malas de conhecimento e de pátria, aterra no meio de um outro país que não é o seu. O avião representa o desprendimento com o país natal. O início de uma viagem que será o ponto de partida para uma nova fonte de conhecimento/futuro. Nas malas estão representados todo o conhecimento e experiências adquiridos ao longo das suas vidas. Cada jovem árvore (Quercus robur – espécie autóctone e predominante nas paisagens a Norte do País), que brota das malas abertas representa um jovem emigrante. A cada um deles estará associado uma pequena crónica com o testemunho de um jovem emigrante português, com uma pequena reflexão sobre a sua tomada de decisão e de como foi “aterrar” e criar raízes num novo país.

O material vegetal foi seleccionado para que toda a vegetação do avião e das pequenas manchas na sua área envolvente sejam autóctone, traduzindo-se na ideia metafórica de que somos todos nós, nativos.