Maria Adelina Vieira

 
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Maria Adelina Vieira




Mário Leitão



Maria Adelina Vieira – Maria Adelina de Sá Martins Vieira – nasceu na Casa das Eiras, freguesia de Duas Igrejas, concelho de Vila Verde e reside, actualmente, na cidade de Braga.

Viveu, desde tenra idade, em terras de Ponte de Lima: na Rua do Pinheiro, Rua do Castelo e Rua da Abadia, na vila; e na Casa do Paço, na freguesia de Faldejães.

Fez a sua formação liceal no Colégio D. Maria Pia, em Ponte de Lima, onde tinham sido alunos sua mãe, suas tias maternas e seu tio Domingos de Sá Martins.

Durante a adolescência e juventude, até ao seu ingresso na Universidade do Porto, conviveu com muitas raparigas e rapazes da sua geração, inclusive com alunos do Externato Cardeal Saraiva e alunas externas e internas daquele Colégio, resultando algumas amizades que ainda hoje persistem.

Em 1976, obteve a Licenciatura em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. No ano de 1996 tornou-se Mestre em Linguística Histórica e Filologia Latina, pela Universidade Católica Portuguesa, de Braga.

Doutorou-se em 2012, com apoio da F.C.T. Em 2014, concluiu o Pós-Doutoramento, em Estética e Sociologia do Conhecimento, na Universidade Fernando Pessoa.

Profissionalmente, a Autora consagrou a sua vida ao ensino, tendo lecionado no Liceu de Espinho, na Escola Secundária D. Manuel II (Porto), na Escola do Magistério Primário de Penafiel, na Escola Secundária da Maia, na Escola de Música Calouste Gulbenkian de Braga e na Escola Secundária D. Maria II, em Braga.

 Maria Adelina Vieira publicou quatro obras de poesia: Pó de Argila. Pé de Rosa (1992); Um Corpo. Um Cosmos (1995); Do Tempo que Tudo Mede (2004); e Arte Poética- Perpetuum Mobile (edição alemã, 2014).

No domínio da prosa, é autora das seguintes obras: Sete Segredos de Gineceu (Autores de Braga, 1993), contos sobre o matriarcado; Contos de Riso e Siso (2000), antologia de contos de humor, em parceria com Mª Ondina Braga e Luís da Silva Pereira; e Braga, Briga de Espadas (2019), romance histórico.

Publicou, ainda, alguns ensaios: Arte Poética – Dom, Descrença e Desafio: de Horácio a Sá de Miranda e Sophia M. Breyner, (2008); Árvore - Conhecimento e Unidade: Uma visão Interdisciplinar entre Arte e Ciência. (Ed. Omni Scriptum, Saarbruken - 2011); Maria Ondina Braga- Em Busca de Um Centro (2017); Um novo olhar sobre o Liber Fidei - Reflexão Diplomática e Paleográfica sobre o Arcebispo D. Godinho: 1175-1188 (2020).

Guarda no prelo três obras:
- Mem de Sá e José de Anchieta S.J. na Expansão do Brasil (ensaio);
- O Menino de Fogo (poesia):
- Eu, entre Abel e Caim (drama).

 

Percurso editorial

Entre 1994 e 2006, a Autora presidiu à Associação Cultural e Literária “Autores de Braga” e responsável pela sua linha editorial, tendo dado à estampa os seguintes títulos:

1992 - Pó de Argila. Pé de Rosa, de Maria Adelina Vieira (poesia);

1994 - Histórias Doces de Missanga, de Maria do Céu Estrada (contos para a infância);

1994 - Retábulo da Folia, de Fernando Pinheiro (contos);

1994 - Olhar Suspenso, de João Lobo (contos);

1994 - Les ports Innachevés, de José Manuel Mendes (poesia);

1995 - Sete Segredos de Gineceu, de Maria Adelina Vieira (contos);

1995 - Meninos de Cinzel e Barro, de Maria Adelaide Valente (biografia);

1996- (En)cantos de Ceifa e Mosto, de Maria Teresa Lobato (poesia);

1995 - Um Corpo. Um Cosmos, de Maria Adelina Vieira (poesia);

1997 - A Filha do Juramento, de Maria Ondina Braga (contos);

1997 - Pequeno Dicionário de Infância, de João Lobo (contos);

1998 - Da Biblioteca ao Leitor, de Henrique Barreto Nunes (ensaio);

1998 - Histórias que Acabam Aqui, de Teresa Lobato (contos para a infância);

1998 - Roma, Vieira, Veneza, de Mário Garcia, S. J. (poesia);

2000 - Quantos Ledores, Tantas as Sentenças - Cadernos de Poesia I;

2000 - Contos de Riso e Siso, de Mª Ondina Braga, Mª Adelina Vieira, L. S. Pereira;

2000 - Os Dias Inúteis, de Marta Catarino (poesia);

2000 - Do Fingimento que Somos, de Antologia de Poesia Jovem;

2001 – Evelinani - Um Corpo d’água, de Silvério Ronguane (novela);

2001 - Noite Dispersa, de Sebastião Monteiro (poesia);

2001 - Histórias de Ida e Volta, de Úrsula Martins (contos para a infância);

2002 - No País da Acácia, de Sebastião Monteiro (poesia);

2002 - O Batedor, de Mário Escoto (romance);

2002 - Continhos do Baú, de Maria do Céu Estrada (contos para a infância);

2002 - Manual de Trigonometria Aplicada, de Victor Domingues (novela);

2004-  Quantos Ledores, tantas as sentenças - Cadernos de Poesia II.

 

A Autora participa na Antologia de Poetas Portugueses e Brasileiros – Rio de Janeiro, organizada por Maria de Lourdes Brandão, na antologia: Cem Anos de Garcia Lorca – Barcelona e no Dicionário Internacional da Arte, da Literatura e da Cultura Contemporâneas da Lusofonia – Galiza. Tem vários outros trabalhos publicados em França, Espanha e Brasil.

A Doutora Maria Adelina Vieira é filha de Maria Carmelinda de Sá G. Martins e de Adelino de Araújo e Azevedo Vieira, facto que a posiciona como descendente da família da Casa de Sá. Este solar aparece citado, pela primeira vez, em 1180, no testamento que o Arcebispo D. Godinho lega à paróquia de Duas-Igrejas, donde era natural.

Francisco de Azevedo de Sá, filho do poeta Francisco de Sá (de Miranda) e de D. Briolanja de Azevedo, apaixonado pela Música, escolhe viver na Casa de Sá, na freguesia de Sá,  Ponte de Lima, que integrava as propriedades da Comenda de Duas- Igrejas, atribuída ao poeta pelo Rei D. João III. No séc. XVI, a Casa de Sá, na freguesia do mesmo nome, era uma extensão do imenso património agregado à Comenda de Duas Igrejas, atribuída por D. João III ao ilustre poeta Francisco de Sá (Miranda). Nesta casa recebe artistas da música renascentista da Corte Portugal, Espanha e de Itália que chegam ao país, no séquito de Francisco de Sá (Miranda).

Diogo Bernardes, o poeta lírico do renascimento mais próximo de Sá de Miranda, o que está junto dele, no momento da sua morte, embora natural da Ponte da Barca, é acolhido na Casa de Sá, onde compõe grande parte dos seus sonetos, introdutores da estética conceptista, em Portugal. Vide estudo de J. Cândido Martins: “A branda e crepuscular melancolia do bucolismo de Diogo Bernardes”. (2009).

Bibliografia


um corpo um cosmos
Poesia
Para o grande Vieira, que também ecoa num dos apelidos da Autora, uma metáfora de primeiro grau expressa, lhana e seriamente, a passagem do homem sobre a terra: uma viagem de pó a pó.
Maria Adelina Vieira, porém, conseguiu com felicidade, através de metáforas de grau superior, veladamente nos desvelar o total existir humano como uma caminhada única do corpo ao cosmos, integrando o ser pancosmizado pelo Espírito, pelo Verbo e pelo Resgate, em ordem à imortal individualidade dos heróis.
Por outros termos, bandeja-nos dadivosa o homem do antes e do depois, em estese, poiese e teorese entrelaçadas de heras áticas e malmequeres, rosas de Alexandria e sempre-vivas.
Castro Gil


Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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