João de Araújo Pimenta

 
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João de Araújo Pimenta


 

João de Araújo Pimenta – João António Pinto de Araújo Pimenta – nasceu em Ponte de Lima, em 9 de Setembro de 1935.

É licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina do Porto (1960).

Entre 1961 e 1966, permaneceu nos EUA, onde, sucessivamente, realizou o Internato Geral de Medicina no The Toledo Hospital, Ohio, e a Residência da especialidade de Medicina Interna no Maumee Valey Hospital, Toledo, sendo eleito no terceiro ano Chefe Residente; estagiou num Fellowship em Medicina Torácica, no Albert Einstein College of Medicine, da Universidade Yeshiva, em Bronx, Nova Iorque.

Regressado a Portugal em 1966, foi mobilizado para Moçambique, como médico militar miliciano.

Terminada esta comissão de serviço, em 1970, fixou residência em Ponte de Lima, onde exerceu Medicina Interna, tendo sido Presidente do Conselho de Administração e Director Clínico do Hospital Distrital Conde de Bertiandos, desde 1981 até 1997, ano em que se reformou.

Ao Dr. João de Araújo Pimenta se deve o magnífico painel de azulejos do mestre Querubim Lapa existente no átrio da consulta externa deste Hospital, concebido sob o tema “a humanização dos cuidados de saúde”, tendo promovido também, na qualidade de Presidente do Conselho de Administração, a reedição fac-similada das “Lendas” do Conde de Bertiandos, em 1993.

Foi ainda Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Ponte de Lima, após o 25 de Abril, tendo-se destacado nesse cargo político pela promoção da educação, da cultura e do desporto.

O Dr. João de Araújo Pimenta foi distinguido com a Medalha de Mérito Municipal Autárquico atribuída pela Câmara Municipal de Ponte de Lima, em Reunião Ordinária de 20 de Dezembro de 2004.

Foi ainda distinguido, em 2017, com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos, recebida em Novembro desse ano no Congresso Nacional de Medicina, em Coimbra.

 

Trabalhos publicados

Para além das obras que constam da sua bibliografia, João de Araújo Pimenta é autor dos seguintes trabalhos publicados:

– A manobra de Heimlich – um acto simples que salvou vidas, in “Revista da Liga dos Amigos do Hospital de Ponte de Lima"; Ano III, set. 2002, pág. 25;

– Uma carta inédita de Aquilino Ribeiro, in “LIMIANA – Revista de Informação, Cultura e Turismo” – Casa do Concelho de Ponte de Lima, Ano I, n.º 5, nov-dez 2007, pág. 15 – 16;

– Uma carta inédita de António Feijó a Monsenhor António Pereira Lima, in “O Anunciador das Feiras Novas”, 2008, pág. 45 – 48;

– O médico João Francisco de Almeida (1879-1925) – figura notável da comunidade ponte-limense no 1.º quartel do séc. XX, in “O Anunciador das Feiras Novas”, 2009, pág. 33 – 36;

– Sebastião Sanhudo – um excelente repórter gráfico, in “O Anunciador das Feiras Novas”, 2011, pág. 103 – 105;

– Breves considerações sobre os desportos náuticos em Ponte de Lima, in “O Anunciador das Feiras Novas”, 2014, pág. 105 – 106;

– Assim nasceu a Biblioteca Municipal de Ponte de Lima, in “O Anunciador das Feiras Novas”, 2013, pág. 115;

– Acerca de uma meritória decisão do Dr. João de Abreu de Lima quando Presidente da C. M. de Ponte de Lima, in “LIMIANA – Revista de Informação, Cultura e Turismo” – Casa do Concelho de Ponte de Lima, Ano VII, n.º 35, 2013;

– Bibliografias dos seguintes médicos, in “Figuras Limianas, ed. de 2008 do Município de Ponte de Lima:

– Dr. Joaquim Gerardo Álvares Vieira Lisboa (1826-1911), pág. 227;
– Dr. António Inácio Pereira de Freitas (1842-1905), pág. 240;
– Dr. José Cândido da Cruz e Costa (1863-1937), pág. 284;
– - Dr. António de Pádua (1869-1914), pág. 305;
– Dr. Feliciano Guimarães (1885-1959), pág. 330.

– Querubim Lapa e o enriquecimento do património artístico de Ponte de Lima, 3/5/2017, in portal “Ponte de Lima Cultural”;

– Malefício da doença na poética de António Feijó, in revista “Ponte de Lima: do passado ao presente, rumo ao futuro”, n.º 4, julho de 2018, ed. CMPL;

– Alguns enigmas da Capela de Santo Abdão da Correlhã (Parte I), in revista “Correlhã em Festa”, n.º 14, 2019, pág. 103 – 108.

 

Bibliografia


1. Gota – O tormento de António Feijó – 2004

Socorrendo-se da sua sólida formação e experiência profissional, o autor apresenta-nos neste livro um importante e fundamentado estudo sobre a doença reumatismal (gota) que atormentou o poeta António Feijó ao longo dos seus últimos dezoito anos de vida (1899 a 1917), agravada pelo aparecimento de patologia cardiovascular, o que explica a sua morte prematura, aos 58 anos de idade.
Para além da abordagem do caso clínico, a partir do legado epistolar de António Feijó, o autor reflecte sobre a interferência da doença na sua criatividade literária, nomeadamente nas obras “Sol de Inverno” e “Novas Bailatas”, consideradas pela crítica como as suas obras soberanas, produzidas nos últimos anos de vida.
Este livro faz ainda uma breve e curiosa digressão pela história da gota desde a Idade Antiga, com curiosas referências ao Tratado de Methuen, à importação dos vinhos do Porto e da Madeira pela Inglaterra, ao fim do Império Romano e do Império Britânico e a grandes figuras mundiais afectadas por esta doença, como Benjamim Franklim, Disraeli, Filipe II de Espanha e seu pai Carlos V e o Conde-Duque de Olivares.


2. Norton de Matos versus Egas Moniz – Um Duelo Histórico – 2005

Neste seu segundo livro, o autor aprofunda os pormenores do duelo com espada ocorrido em Lisboa, no dia 19 de Abril de 1912, na Estrada Militar da Ameixoeira, ao Lumiar, entre Norton de Matos, pontelimense que se notabilizou como militar, político, diplomata e mestre universitário, e Egas Moniz, deputado reconhecido pelos seus dotes oratórios, professor na Faculdade de Medicina de Lisboa, onde regia a cátedra de “Clínica de Ciências Neurológicas”, e galardoado, anos mais tarde, com o Prémio Nobel da Medicina.
Na origem deste duelo estiveram acusações proferidas por Egas Moniz na Câmara dos Deputados, que Norton de Matos considerou ofenderem a sua honra e dignidade e que o levaram a pedir-lhe uma explicação ou uma reparação pelas armas.
Precedendo o relato circunstanciado do duelo, que hoje se reveste de interesse histórico e sociológico, o autor enriquece este livro com uma notável contextualização histórica desta forma de lavar as chamadas “questões de honra”, que perdurou durante séculos, apesar de se tratar de uma forma bárbara de dirimir conflitos, condenada pela Igreja.


3. William Withering em Lisboa – Cartas Inéditas ao Abade Correia da Serra – 2007

Neste livro, o autor transcreve, analisa e comenta cinco cartas inéditas dirigidas ao Abade Correia da Serra por William Whithering aquando da estada em Portugal deste médico e naturalista inglês do século XVIII.

Para falar de dois grandes Homens não se pode ser pequeno. Este ensaio do Dr. João de Araújo Pimenta sobre as relações entre W. Withering e o Abade Correia da Serra comprova-o e mostra, mais uma vez que, quando se é um verdadeiro médico, é-se sempre mais do que isso.
Serafim Guimarães, no Prefácio do livro

O ensaio do Dr. João Pimenta é, acima de tudo, um estudo dum clínico sobre o contributo de um outro clínico, Withering, para o avanço da farmacologia, designadamente da fitofarmácia de que a digitalina do médico inglês é um exemplo notável, mas ele, o ensaio, é, ao mesmo tempo, uma vinheta transversal de alguns aspectos marcantes do nosso século XVIII, através de personagens irradiantes como o Abade Correia da Serra e também de seus coetâneos e correspondentes como Manuel de Lima Bezerra, António de Araújo de Azevedo (Conde da Barca), Fr. Francisco de S. Luís (Cardeal Saraiva), três figuras cimeiras naturais de Ponte de Lima.
Salvato Trigo, no Posfácio do livro


4. Um Manuscrito Inédito de António Feijó a Eça de Queiroz – 2009

Neste livro (separata da revista Mealibra, n.º 23), o autor dá a conhecer a feliz descoberta no arquivo de Tormes, pelo Arquitecto A. Campos Matos, reputado investigador e publicista queirosiano, de um breve e divertido bilhete-postal do poeta António Feijó a Eça de Queiroz, datado de Leiria, a 3 de Outubro de 1898, subscrito pelo poeta ponte-limense e pelo Doutor Tomás de Mello Breyner, professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, médico do Paço Real, futuro Conde de Mafra e autor de várias publicações científicas.
Nas suas “divagações” à volta do respectivo texto, João de Araújo Pimenta considera que este bilhete-postal mostra a relação de amizade entre Eça, a viver em França há mais de uma década, e António Feijó, e ainda o subtil espírito folgazão e irónico deste último aos 39 anos de idade, servindo-se de uma admirável “figura de estilo” para relembrar ao amigo a cidade de Leiria e alguns fragmentos do enredo de O Crime do Padre Amaro, pouco mais de vinte anos depois da sua publicação.
O autor contempla ainda o relacionamento entre António Feijó e o seu amigo Tomás de Mello Breyner, a quem dedicou os poemas Cabelos Brancos, no Sol de Inverno, e Árvores Secas, nas Novas Bailatas.


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Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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