Augusta Dantas – Maria Augusta da Silva Franco Dantas – é uma autora limiana que muito me surpreendeu pela publicação do seu primeiro livro, denominado Arco-Íris de Emoções, editado nesta época natalícia.

Sendo licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, mestre em Estudos da Criança e doutoranda de Especialização em Infância, Cultura e Sociedade, a Autora iniciou o seu percurso profissional como professora de inglês, em cujo contexto sentiu a sua paixão pela Educação, pela Arte e pela Cultura. Actualmente desenvolve intensa actividade como facilitadora de Parentalidade Consciente, desdobrando-se em palestras e workshops que acumula com a condição de mãe e esposa.

É muito fácil dizermos bem de qualquer obra da literatura infantil, porque, como se destina às “criancinhas”, muitas vezes sobrevalorizamos os conteúdos e passamos por cima de qualquer falha estética desagradável para o leitor adulto.

Este Arco-Íris de Emoções é particularmente interessante. Li-o (eu, que sou adulto!) com muito prazer e confesso que mergulhei nos dias da minha infância, vendo-me novamente a jogar à meca (ou macaca) com os meus amigos no jardim do chafariz, ou a encavalitar-me no banco vermelho implantado junto do marco do correio. Por momentos, senti as gotas da chuva na face e vibrei de novo com as cores do Arco-da-Velha, eterno e fantástico universo dos nossos sonhos infantis. Até ouvi a estridência dos gritos do Rui, do Mandinho, do Fernando, da São, da Ana Maria, do João, do Néu-Zé e de toda a petizada traquina do jardim da minha infância!

Além de estar enriquecido pelos belos desenhos da jovem arquitecta Joana Rocha, este livro encerra um enorme potencial pedagógico resultante da fluidez dos seus versos. De facto, a história que a Autora conta poderá catapultar o pequeno ouvinte, ou o leitor juvenil, para um nível superior de emoção provocada pela sonoridade das quadras.

Conforme relata Augusta Dantas, este livro é uma consequência directa da sua certificação em Coaching pelo Coach e Neuroestratega Pedro Vieira, que lhe proporcionou uma visão clara acerca das necessidades emocionais que regem o comportamento humano.

Aplicando o modelo LASEr proposto por aquele formador ao mundo infantil, que tanto fascina a Autora, o livro vai permitir que os pequenos leitores descubram outras formas de descobrir e experimentar o desconhecido. Trata-se, portanto, de um instrumento pedagógico e de um exercício de abertura ao novo e ao mundo (*)

Tendo assistido à memorável lição que Pedro Vieira deu há alguns anos na Expolima, como apoio extraordinário a uma iniciativa filantrópica do Rotary Clube de Ponte de Lima, e comparando os seus ensinamentos com a síntese incorporada por Augusta Dantas neste seu livro, sinto-me autorizado a insistir que se trata de uma obra invulgar no panorama nacional da literatura infantil. Invulgar e rico pela natureza, pela forma e pela estética do conteúdo.

(*) Augusta Dantas tem uma página profissional em www.amarcomcalma.com, escreve regularmente no Semanário Alto Minho e apresenta reflexões frequentes em
https://www.facebook.com/augusta.dantas.376.

 Ponte de Lima, 19 de Dezembro de 2020