Mário da Rocha

 

Mário da Rocha


Coleccionador e Artesão

 



José Pereira Fernandes



Mário Fernandes da Rocha nasceu no lugar de Santo Amaro, freguesia de Fornelos, concelho de Ponte de Lima, em 23 de Outubro de 1944, tendo frequentado o ensino primário e o ensino secundário em Viana do Castelo, na Escola Comercial e Industrial.

Em 10 de Janeiro de 1966, iniciou o cumprimento do serviço militar no Exército Português, no C. I. S. M. I. de Tavira, após o que foi colocado no Regimento de Infantaria 15, nas Caldas da Rainha, em 24 de Julho do mesmo ano. Com o posto de Furriel Miliciano, deu instrução a futuros furriéis milicianos, até Abril de 1967.

Mobilizado para Angola, embarcou para esta província ultramarina em 15 de Abril de 1967, no navio Vera Cruz, tendo desembarcado em Luanda no dia 24 do mesmo mês. Ao longo desta comissão de serviço militar, que se prolongou por dois anos, esteve colocado, sucessivamente, no Leste de Angola, em pleno teatro de guerra, nas chamadas Terras do Fim do Mundo, em Gafaria, Caianda, Cazombo e, finalmente, em Sá da Bandeira. No termo desta comissão, foi distinguido com a Medalha Comemorativa das Campanhas de Angola de 1967/1968/1969. Regressou a Portugal em Junho de 1969, tendo desembarcado em Lisboa no dia 30 desse mês.

Cumprido este dever patriótico, emigrou para França, onde já se encontravam os seus pais e os seus seis irmãos, fixando residência na cidade de Mâcon. Ao longo de cerca de 32 anos, exerceu a profissão de bancário, no Banco Crédit Lyonnais.

Dotado de esmerado gosto pelo coleccionismo, constituiu ao longo da sua vida valiosas colecções de bens culturais, onde se destaca uma colecção de cerca de cinco mil discos de vinil, alguns deles muito raros.

Destaca-se também uma colecção de cerca de 200 rádios antigos com caixa de madeira, das mais prestigiadas marcas do mercado internacional, com a particularidade de todos se encontrarem em bom estado de funcionamento, assegurado por si próprio, depois de ter obtido a necessária formação técnica.

Dotado também de grande sensibilidade artística, tem-se dedicado ao artesanato, desde há cerca de 12 anos, reproduzindo fielmente, à escala e em miniatura, muitas das pequenas construções em pedra, de raiz popular, disseminadas pelos campos de vinhas da região, conhecidas por “cadoles”, utilizadas pelos trabalhadores para tomarem as suas refeições ou para se abrigarem das intempéries. Estas construções, cujo nome não tem tradução para português, correspondem aos abrigos de pastores existentes em Portugal, também conhecidos no norte e no centro do País por "cortelhos",  “casotas” ou “casinhas”, e por “casinas”, na zona da Serra de Aire.

Esta actividade de Mário da Rocha tem sido considerada de grande relevo em França, especialmente pelo que representa em termos de divulgação e de preservação da memória de um património histórico-cultural recentemente classificado pelo Governo Francês, que estava em vias de desaparecimento.

As suas obras artísticas estão representadas em colecções públicas e privadas, nomeadamente de diversos municípios da região.

Para além de “cadoles”, tem reproduzido também diversos elementos de arte pública, como fontes e fontanários, dedicando-se ainda à construção de pequenos presépios em pedra, que integram igualmente colecções públicas e privadas.

Mário Fernandes da Rocha é casado e tem dois filhos.

 

Este artesão e coleccionador limiano pode ser contactado através do seguinte e-mail:
mario.darocha@sfr.fr

 

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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