José Dantas Lima – José Dantas Lima Pereira – é natural da freguesia de Moreira do Lima, concelho de Ponte de Lima, onde nasceu a 27 de Julho 1951.
Em 1972, iniciou o cumprimento do serviço militar, tendo sido mobilizado para Angola em Abril de 1973.
Cumprido este dever fundamental de todos os portugueses, José Dantas Lima iniciou em 1975 uma longa e diversificada actividade profissional, com especial incidência nas áreas da animação sociocultural, do associativismo, das artes tradicionais e do teatro, tendo-se destacado nesta área como actor e encenador em vários espectáculos profissionais e amadores, como formador em Portugal e noutros países lusófonos e como organizador de eventos em vários pontos do território nacional.
Concluiu o Bacharelato de Direcção de Cena em 1997, e a licenciatura em Design e Produção Teatral em 2000.
Entre os cargos que desempenhou na área cultural, destacam-se o de Presidente da Casa de Cultura da Juventude de Viana do Castelo; de Membro da Direcção do Centro Cultural do Alto Minho; de Director do Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima; de Chefe de Divisão de Educação e Cultura da Câmara Municipal de Ponte de Lima; de Director Artístico do Grupo de Teatro “Unhas do Diabo”; de Presidente da direcção da Associação A PONTE, de Estorãos; e de Vice-presidente da Associação Intervenção de Chaves.
Em Janeiro de 2017, foi distinguido pelo Rotary Clube de Ponte de Lima como “Profissional do Ano” e, em Março, com o “Prémio Prestígio Personalidade Fundação INATEL 2017”, solenemente entregue no Festival Nacional de Teatro realizado na Póvoa de Lanhoso, em 4 de Março de 2017. Foi ainda distinguido em 2019 pelo Grupo de Teatro de Balugas, em Balugães (Barcelos), com o Prémio “Palco de Terra”.
No âmbito da Associação Intervenção, participou desde 2007 na organização e coordenação de vinte congressos sobre animação sociocultural e teatro, realizados em Ponte de Lima, Chaves, Viana do Castelo, Amarante, Boticas, Vila Nova de Cerveira, Golegã, Murça, Barcelos, Amadora, Ponte da Barca, Paredes de Coura, Alijó, Vila Nova de Famalicão e Vinhais, nos quais também interveio como conferencista. Destes congressos resultou a publicação de 18 livros alusivos aos temas abordados, cuja edição coordenou juntamente com outros participantes na organização destes eventos culturais.
Para além dos dois livros de que é co-autor e que constam da sua bibliografia, colaborou na escrita dos seguintes textos: “O Mágico e o Pintor” (Teatro); “RHA” (Teatro); “Os Três Visitantes” (Teatro); “ Que se Passa?” (Teatro para a Infância); “Teatro Na educação” (textos teóricos); e “Animação, Cidadania e Participação” (textos teóricos).
Bibliografia
1 - A canção da Azenha
Tendo como co-autor L. Tomás Valdez, e editado em 1988 pela Direção Geral de Educação de Adultos – Coordenação de Viana do Castelo, este livro contém uma peça de teatro baseada em recolha de histórias de tradição oral, na freguesia de Estorãos, contadas aos miúdos que se abeiravam da azenha para ouvir o moleiro, conhecido pelo Ti´Reinaldo, a contar essas histórias e, ao mesmo tempo, contemplarem o funcionamento das rodas e da moagem.
Esta peça foi objeto da realização de um filme amador, em formato super 8mm, do qual, infelizmente, se perdeu o rasto.
Também foi representada, na segunda metade da década de 80 do séc. passado, pelo Grupo de Teatro da Casa do Povo de Moreira do Lima “MORLIMA” e circulou por alguns palcos do distrito.
Em 1985, o texto desta peça foi submetido a um concurso nacional de teatro onde obteve uma Menção Honrosa.
No Prefácio desta edição, o Professor José Escaleira referia:
Estamos agora, com este livro, perante um texto para teatro. ”A CANÇÃO DA AZENHA”, que Lucilo Valdez e Dantas Lima escreveram.
Em Estorãos, freguesia do concelho de Ponte de Lima, distrito de Viana do Castelo, assim como em tantas outras terras, a literatura oral aparece como um género subsidiário de uma rica vida colectiva. Nas longas noites festivas das comunidades rurais ou nos serões familiares sem rádio e televisão e na transmissão dos padrões culturais locais dos mais velhos aos mais novos, a literatura oral aparece como a forma mais eficiente de comunicação e reprodução de valores sociais.
Aqui cabe o mérito ao Lucilo Valdez e Dantas Lima, que, escrevendo no palco e para o palco, dão o salto por cima da literatura dramática que muitas vezes só o é na forma e que se destina a ser eternamente guardada na gaveta.
Com a recolha do teatro popular e representação da literatura oral, e consequente estudo e tratamento, a par da divulgação, reacenderemos o teatro popular; com chamada do teatro para os adros, praças e ruas, restituiremos o ambiente festivo e dionisíaco à representação; com actores/espectadores e o ritual, recuperamos o teatro recuperando ao mesmo tempo a vida, o património cultural e o homem.
Fiquemos com a recriação do Ti´Reinaldo, e saibamos sonhar em conjunto a magia de uma azenha encantada que não é mais do que o teatro na sua capacidade de nos fazer sonhar juntos no mesmo lugar e ao mesmo tempo.
2 – Fantoches e outras Formas Animadas no Contexto Educativo
Editado em Abril de 2007, em co-autoria com Marcelino de Sousa Lopes, este livro é composto pelos seguintes capítulos:
Opinião dos autores:
Ao escrevermos este livro, imbuiu-nos a ideia da prestação de um valioso contributo à causa da educação, da animação e ainda à valorização das muitas práticas relacionadas com a vivência, a experiência, a partilha e a convivência.
Não possuímos uma visão maniqueísta da formação artística no contexto educativo, já que não projectamos uma educação artística fora dos diferentes contextos formativos e profissionais, porque encaramos os diferentes ramos da arte como tecnologias educativas ao serviço das diferentes áreas do saber e, por isso, também não descontextualizamos a arte da formação do animador, do professor, do educador, do médico, do terapeuta, do psicólogo…
Também somos assaz defensores de uma formação artística extensiva a todos os sectores da aprendizagem, não para formar artistas mas para possibilitar aos diferentes futuros profissionais um meio e um caminho para se servirem da arte, não apenas para ensinarem, mas também para se envolverem no sentido de levarem o ser humano a ser mais expressivo, comunicativo, criativo, participativo, imaginativo, isto é, cumprir o desiderato de um provérbio oriental que diz:
“Diz-me e eu esquecerei.
Ensina-me e eu lembrar-me-ei.
Envolve-me e eu jamais esquecerei.”
Manuel F. Vieites no prefácio do livro refere:
… Por isso é que se trata de um livro que, como aquelas primeiras figuras que os seres humanos modelaram com pedras, ossos ou argila, está cheio de magia e de mistérios e contém tudo quanto precisamos para com que a vida desabroche cada dia nos pequenos teatros onde habitam os bonecos, nesses pequenos teatros que enchem de prazer e de alegria as nossas casas, as nossas aulas, as nossas praças e vilas, mas, sobretudo, as nossas vidas. Graças sejam dadas então ao Marcelino Lopes e ao José Dantas Lima, esses dois magos que hoje, com palavras precisas e com requintados desenhos, nos ensinam a criar e nos convidam a sonhar.
Ponte de Lima no Mapa
Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.
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