José Luís da Costa Sousa

 
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José Luís da Costa Sousa


 

José Luís da Costa Sousa nasceu em Refoios do Lima, concelho de Ponte de Lima, a 20 de setembro de 1948, do amor de Maria José Calheiros da Costa com Manuel Tomás de Sousa.

A escolaridade iniciou-a na freguesia em que nasceu, tendo-se aos 8 anos defrontado com a partida do pai para França onde, por 11 anos como emigrado, viria a trabalhar na construção civil. Com 10 anos, iniciou estudos liceais em Viana do Castelo que concluiu depois de optar pela alínea de histórico-filosóficas. Frequentou o curso de Professores de Educação Física, vindo a terminá-lo em 1970. O ano de estágio decorreu na Escola Comercial e Industrial de Ferreira Borges, sob a tutela do Orientador e limiano Nuno de Morais.

Iniciou-se como professor de educação física no Liceu Nacional D. João de Castro. Interrompeu a docência por ter ido cumprir o serviço militar obrigatório a Angola, tendo desempenhado as funções de Oficial de Educação Física e Desportos no Regimento de Infantaria 21, em Nova Lisboa (hoje Huambo).

Ainda em Nova Lisboa, lecionou na Escola Preparatória Gentil Martins e colaborou na preparação desportiva de duas equipas de futebol do campeonato angolano: Benfica do Huambo e Recreativo da Caala. Na noite de natal de 1973, recebe notícia do falecimento do pai.

Em 1974, regressa a Lisboa. É colocado como professor no Liceu António Nobre (Porto). Ainda nesse ano, toma posse no Liceu Nacional do Barreiro. Interrompe, porém, a docência por ter aceitado o lugar de técnico na Direção-Geral dos Desportos, onde colaborou no Movimento do Desporto Infantil destinado a promover o desporto nas escolas do 1.º ciclo.

Em 1976, toma posse na Escola Preparatória de Algés. Transita, depois, para a Escola Preparatória de Miraflores, onde, para além de professor, é membro do Conselho Diretivo. Interrompe, no entanto, a docência para dar colaboração docente ao Instituto Superior de Educação Física (Lisboa).

Em 1978, ruma à Guiné-Bissau como elemento da equipa que iria fundar a Escola Nacional de Educação Física e Desportos (Bissau).

De regresso, concorre e fica colocado na Escola Secundária de Linda-a-Velha. Interrompe, porém, a docência para uma missão como cooperante na República Popular de Angola. Aí trabalha como técnico da Secretaria de Estado da Juventude e Desportos e como professor no Instituto Nacional de Educação Física (Luanda).

Em 1986, regressa às funções de professor em Linda-a-Velha. Sem interromper aqui a docência, realiza, em 1994, o curso de mestrado em ciências da educação (especialidade de metodologia da educação física), de que sai aprovado.

Na sua dissertação de mestrado, sob o título "Os Conceitos de Sucesso e Insucesso Profissionais em Professores do 1.º Ciclo", não publicada, desenvolveu um trabalho de investigação assente em duas sub-amostras: uma de professores do 1.º ciclo do distrito de Viana do Castelo e a outra do concelho de Oeiras. É um estudo comparado.

Colabora, por 2 anos, com a Escola Superior de Educação de Lisboa na formação de professores. O convite da Escola Náutica Infante D. Henrique reforça a chama do ensino superior. Inicialmente, acumula a docência na Escola Secundária de Linda-a-Velha com a docência na Escola Náutica. Posteriormente, fica nesta instituição em regime de exclusividade.

Sem abandonar a docência na Escola Náutica, realiza, em 2000, o doutoramento em ciências da educação (especialidade de teorias da formação de professores). Nesta instituição e ao longo dos três últimos anos da sua carreira docente, acumula as funções de professor com, primeiro, as de presidente do Departamento de Radiotecnia e, depois, com as de coordenador do curso de Engenharia de Sistemas Eletrónicos Marítimos.

A sua segunda obra, não publicada, é o estudo em dois volumes com o título "Socialização Profissional de Professores de Educação Física". O 1.º volume descreve o pensamento dos professores em exercício profissional sobre temas da psicossociologia eleitos pelo autor (conceções-funções da disciplina, dificuldades e preocupações profissionais, conceito de 'bom professor'...). O segundo volume procede à descrição e à interpretação das vidas de oito professores que se tinham destacado pela competência e pelo empenhamento ao longo das carreiras docentes. Estas histórias de vida (sumárias), em abordagem de investigação diferente, permitem complementar os resultados obtidos no primeiro volume.

Após a aposentação, tem-se dedicado, principalmente, ao estudo de idiomas (francês, inglês, italiano e espanhol) e, mais recentemente, à escrita.

Em 2017 publicou o seu primeiro livro – A Casa de Real – romance que tem a sua ação centrada na freguesia de Refoios do Lima, com prolongamentos para Arcos de Valdevez e Ponte de Lima.

Decorre, presentemente, a edição de um novo livro do autor, que deverá estar concluída em finais de março: A Aldeia e a Infância. Pretende ser um retrato da terra distante, Refoios do Lima. Uma criança vive o seu quotidiano com a família e no seio da sua comunidade rural. À sua volta, há as pessoas mais diversas que vão aparecendo aqui e ali, e, mais influentes, certas pessoas marcantes. Os episódios, descritos sob a forma de contos, encadeiam-se para dar a história duma criança da aldeia.

 

Bibliografia


A Casa de Real

 Este romance tem ação centrada na freguesia de Refoios do Lima, com prolongamentos para Arcos de Valdevez e Ponte de Lima. É uma história de família ao longo de várias gerações sob o mesmo telhado, a casa de Real. O autor combina dados reais, ficção e tradição oral, podendo dizer-se que o romance cruza dados genealógicos e imaginários para as épocas a que se reportam.

O personagem mais em evidência (aquele a que o romance concede mais espaço) é Homem da Montanha. Trata-se de personagem mítico, imbuído de existência abstracta, já que representa, transversalmente, a família desconhecida (antes do conhecimento dos primeiros familiares) por gerações e gerações. Ele forma um lar, mas, discreto no quotidiano, pouco é notado; acabando por desaparecer ocultado por um nevoeiro que cobre Real de Baixo durante vários longos anos. Desse nevoeiro, emerge um tal Sebastião Correia de Matos com a esposa Angélica Correia de Matos. Depois, acontece a verdadeira e normal história de família com altos e baixos, mas propensa a uma coexistência pacífica.

A Paz é o valor supremo. Um romance de gente tendencialmente boa, onde 'o caso' também acontece. O medo da guerra existe, pois a Alemanha estava a avançar para cá, mas o final é de celebração da Liberdade.

 


Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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