David F. Rodrigues nasceu em março de 1949 (Mato-Ponte de Lima). Reside em Viana do Castelo, desde 1985.
Foi professor, entre 1972 e 2010, dos ensino básico (2.º ciclo), secundário e superior.
É licenciado (1974) em Filosofia e Humanidades, pela Faculdade de Filosofia de Braga, da Universidade Católica Portuguesa, e mestre (1995) e doutor (2003) em Linguística, especialidade de Teoria do Texto, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. Títulos das dissertações: Para a Análise Conversacional de Arca do Noé, III Classe de Aquilino Ribeiro (mestrado) e Cortesia Linguística: uma Competência Discursivo-Textual (doutoramento). Tem estudos publicados nas áreas da História e Etnografia (Regional), Português, Língua e Literatura Portuguesa, e da Linguística, em livros de atas e em revistas nacionais.
Dedica-se também à criação literária.
A - Livros de poemas
A.1 - Publicados:
A.2 - Em preparação: nu instante, e frutos da terra e do homem.
A.3 - Em organização: pão integral 1 (Seleção de poemas publicados, em livro e dispersos, até 1988).
B - Livros de narrativas
B.1- Publicados:
B.2 - Em preparação: Natália (contos publicados em Presépio de Pão ou em dispersos, revistos e reformulados).
Poemas publicados em antologias de Portugal, Brasil e Galiza, e outros textos (contos, crónicas, recensões e artigos sobre temas literários) em jornais e revistas.
Coordenou IPVC- Academia, revista do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Fez parte do Conselho de Redação da revista Mealibra (1.ª Série), do Centro Cultural do Alto-Minho (CCAM), Viana do Castelo.
Publicou peças jornalísticas (notícias e reportagens), como correspondente do Diário de Notícias, em Viana do Castelo.
Foi sócio da Associação Portuguesa de Linguística (APL) e da Associação Portuguesa de Escritores (APE). É sócio da Associação de Jornalista e Homens de Letras do Porto (AJHLP) e Centro de Estudos Aquilino Ribeiro (CEAR).
Bibliografia
1 - grãos de poesia
Poesia – 1971 – Com o pseudónimo David Guerreiro.
«Dominando já, apesar da sua pouca idade literária, certos efeitos mais seguros da palavra, David Guerreiro tange uma lira de vibrações parametafísicas. A imagem é mais importante do que a ideia, mas a imagem, apesar disso, permanece fechada. / Ai da imagem que se abre, porque, então, o poeta ignorará o que pensa. Saber é não conhecer o que se sabe. No silêncio se descobre que as palavras que andam de boca em boca nada dizem.»
PINHARANDA GOMES, em Diário de Notícias.
2 - Vibração de Nervos
Poesia – 1976 – Com o pseudónimo David Guerreiro.
«Como Alberto Caeiro, D[avid) G[uereiro] “vê como um danado”. A sua sensibilidade poética molda-se num permanente estado de prevenção. Daí a vibratilidade dos nervos, as palavras agressivas que não pactuam, nem a nível do discurso poético em si, nem a nível da temática que o mobiliza, com quaisquer códigos convencionais de comportamento artístico.»
CLÁUDIO LIMA, em Cardeal Saraiva.
3 - o rito do pão
Poesia – 1981 – Com o ortónimo David Rodrigues.
«Comovi-me com a pureza, limpidez, as palavras poucas que exprimem muito, o seu saber dos mistérios da terra, uma espécie de sossego que já não há em literatura, uma dolorosa e fina calma, um aconchego, uma saudade de nós mesmos.»
MARIA ONDINA BRAGA, em carta dirigida ao autor.
[…] testemunho de um percurso poético recatado, quase intimista, onde se cruzam e confundem, em novelos vários, a palavra e a experiência comum, a palavra e os objectos familiares».
JOÃO RUI DE SOUSA, em Colóquio/ Letras.
4 - Troféus de Caça
Novela – 1982 – com o ortónimo David Rodrigues.
«Narrativa enxuta, densa, inesperada, singular, terrível, em que o tão eficaz aproveitamento da oralidade é apenas um dos vários aspectos da sua importância literária e documental.»
FERNANDO NAMORA, em carta dirigida ao autor.
«Troféus de Caça, de David Rodrigues, é, pois, o mundo longínquo e quase enfático dessa(s) voz(es) de província, na estória duma família do Minho que tem um filho na guerra (será que morre? será que regressa para o meio de nós?), e outro filho que dia a dia se despede da casa, dos amigos, da infância, dos velhos ritos familiares, do seu trabalho, do amor, para fugir à mobilização. Desce-se por aí ao mundo remoto e ausente e sem história, por veredas e atalhos, de gente acoçada pela vida e pelo trabalho, de gente que eufemisticamente ainda dirá servir o rei no mesmo tom com que os nossos trovadores designavam o ir no fosso (africano).»
JOÃO DE MELO, em prefácio ao livro.
5 - Presépio de Pão
Contos – 1984 – com o ortónimo David Rodrigues.
«São estórias narradas numa linguagem tensa, extremamente adequada ao que narra, e o que narra situa-se no interior de vidas e ambientes onde os sonhos se reduzem opressivamente. Mas há em todos uma identificação telúrica à mistura com anseios e mitos que tornam grandiosos os personagens. E isso se deve à contensão de uma linguagem que nasce na raiz das coisas e das gentes e as revela e exprime de um modo singular.»
MANUEL FERREIRA, em carta dirigida ao autor.
6 - Dilúvio de Chamas
Poesia – 1985 – Com o ortónimo David Rodrigues.
«[…] não se trata de um poeta “vulgar”: conciso na reprodução adequada de imagens, contido no evoluir das palavras, quase tudo pode dizer com uma extraordinária economia de meios, a que não é estranha a distribuição dos elementos significantes poéticos pelo espaço da página».
LUIZ FAGUNDES DUARTE, em Jornal de Letras, Artes e Ideias.
«[…] uma depuração, uma nitidez, um sentido do “instante / da página” que conduzem este livro a uma exigência, a uma contida plenitude que é – e já era – um dos mais vivos aspectos da sua poesia.»
FERNANDO GUIMARÃES, em carta dirigida ao autor.
7 - O Que É Feito de Nós
Poesia – 1988 – Com o ortónimo David Rodrigues.
«Ousaremos saudar os poemas de O Que é Feito de Nós como um pequeno milagre da poesia melhor, a que não crê, afinal, em milagre algum. São eles o encantatório alastramento de uma teoria de versos tão nobres e tão cerzidos, a partir do coração de palavras tão lustrais, que um país nasce e cresce, em suas linhas, disponível à mais alta das maravilhas.»
MÁRIO CLÁUDIO, em prefácio ao livro.
«Poesia quase intimista, quase ritualista, nutrida por um bucolismo metafórico e alegórico, servida por um léxico que vai buscar à esplêndida natureza, à paisagem, aos elementos que a conformam e arrumam, uma expressão que a si própria se ultrapassa e enuncia para além de.»
FERNANDA BOTELHO, em Colóquio/Letras.
«[…] coletânea de poemas cuja leitura me trouxe a conhecer um poeta com inteiro controle da explosão lírica. / Agradou-me a concisão dos poemas, a que não faltam versos ora de serenidade clássica, ora de intensa força dramática. O livro todo reflete uma agitada paisagem interior, numa labiríntica iluminação lírica, em que os signos se mostram e se escondem numa atmosfera de tensão e mistério. // […] // O título manifesta o clima de ambiguidade em que a poesia se realiza, pois “nós” tanto pode referir-se ao pronome quanto ao substantivo indicador de linhas trançadas.»
FÁBIO LUCAS (Brasil), em carta dirigida ao autor.
8 - estes cantares fez e som escarnhos d’ora
Poesia – 2015 – Com o ortónimo David F. Rodrigues.
«A presente obra de David F. Rodrigues singulariza-se pela inteligente filiação numa riquíssima tradição poético-literária que marca congenialmente a literatura portuguesa – o inesquecível filão da poesia satírica. Nesse registo e servindo-se de variados jogos de linguagem e de sentidos, a sua escrita explora as virtualidades da graça e do humor, os refinamentos da ironia e do riso, culminando nas contundências da sátira. Com os olhos e a sensibilidade apurados, diz o homem e a sociedade de hoje através de uma perspectiva empenhada e faceta, mas nem por isso menos séria e menos interpelativa.»
CÂNDIDO OLIVEIRA MARTINS, na apresentação do livro em Ponte de Lima.
«Desde o O’Neil, parece-me, que não encontrávamos, entre nós, alguém que assim nos desse, com os olhos da poesia e da crítica (ou só do humor cáustico), uma visão crua da realidade. Visão transmitida por alguém que conhece bem a língua e dela retira os efeitos expressivos que as coisas – e também os acontecimentos – reclamam.»
ALBANO MARTINS, em carta dirigida ao autor.
«[Regressa agora [david f. rodrigues] com estes cantares fez & som escarnhos d’ora, colectânea que, do título ao conjunto das opções temáticas e de modulação dos versos, restitui veios profundos do trovadorismo, no segmento em que a relação com o tempo e a realidade concretos se torna decisiva.»
JOSÉ MANUEL MENDES, na apresentação do livro em Braga.
9 - Para a Análise Conversacional de Arca de Noé, III Classe de Aquilino Ribeiro.
Tese de Mestrado
10 - Cortesia Linguística, uma Competência Discursivo-textual (Formas verbais corteses e descorteses em Português).
Tese de Doutoramento
11 - o rosto
Poesia – 2018 – Com o ortónimo David F. Rodrigues.
«O poeta procura [em o rosto] novas combinações estróficas, novos dizeres, isto é, novos modos de expressão poiética. Dir-se-ia que o poema se constrói às avessas, que busca uma nova sintaxe, um novo discurso, um novo ritmo, novas rimas, uma nova gramática, enfim, na perseguição da “palavra única”, do “verso simples” (p. 14), sabendo, no entanto, que essa é uma “delicada e ingrata canseira” (p. 17) e “sai muito cara sempre / ao poeta toda a palavra” (p. 24)».
ALBANO MARTINS
«Aproveito esta manhã de cinza para reler, pela terceira vez, o rosto. […] O poema vive deste devagar. O livro exige muitos cuidados, silêncios, paragens. Gosto, sobretudo das paragens. Há minutos que não mudo a página. Prazer da palavra. Prazer do sintagma. Parabéns, poeta, pela decantação!»
FIRMINO MENDES
«Uma vez mais, a música envolve estes versos: a sua factura, os seus afluentes e crepitações. A organização, ágil e inventiva, torna cada momento um todo – se o oximoro me é permitido. / As pulsões, os balanços a que me reporto, [em o rosto] afloram nas próprias citações – não por acaso de Camões e Herberto [Helder], tão diferentes e semelhantes. /Eis, pois, a água lírica percorrendo terrenos de emoção e beleza.»
JOSÉ MANUEL MENDES
«Em o rosto, David F. Rodrigues atinge um dos pontos mais altos da sua criação poética. Nele encontro da melhor poesia que tenho lido nos últimos tempos: a voz limpa e poderosa de um poeta e cidadão do século XXI.»
JOSÉ VIALE MOUTINHO
«A poesia em david f. rodrigues, [em o rosto] mesmo quando expressa pelo efeito imponderável, traz sempre consigo “o perfume de cada palavra / oculto que dia-a-dia persigo”, com a consciência plena de que “por natureza o poeta / não é um fala-barato”.
PORFÍRIO SILVA
«o rosto […] não se delata tanto pela reflexão que o poeta intenta sobre o seu entendimento livre e individual do mundo, mas pela escrita desse entendimento ou desse rosto que, a partir de O Que É Feito de Nós (1988), na poesia se esconde em confronto com o real empírico: “os nós dos meus dedos / tocam e ignoram a alvura lisa da folha”.»
MAURÍCIO DE SOUSA
12 - Troféus de Caça
Nova edição (Dezembro de 2018), com o ortónimo David F. Rodrigues, pela Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, na colecção Memória Perecível.
Troféus de Caça pode ser adquirido junto da
Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto
Rua Rodrigues Sampaio, 140
4000-420 Porto
Preço: 10€
13 – VIANA EM CAMILO: [«TRAMOIAS D’ESTA VIDA» (1863)]
Separata da revista CADERNOS VIANENSES
Tomo 47 - Ano de 2013
Edição: Câmara Municipal de Viana do Castelo
14 – FREI BARTOLOMEU DOS MÁRTIRES EM DOIS ROMANCES DE CAMILO
Separata da revista CADERNOS VIANENSES
Tomo 49 - Ano de 2015
Edição: Câmara Municipal de Viana do Castelo
15 – VIANA EM CAMILO
O VINHO DO PORTO – PROCESSO DE UMA BESTIALIDADE INGLESA (1884)
Separata da revista CADERNOS VIANENSES
Tomo 50 - Ano de 2016
Edição: Câmara Municipal de Viana do Castelo
16 – VIANA EM CAMILO
A Bruxa de Monte Córdova (1867)
Separata da revista CADERNOS VIANENSES
Tomo 51 - Ano de 2017
Edição: Câmara Municipal de Viana do Castelo
17 – VIANA EM CAMILO
A Mulher Fatal (1870)
Separata da revista CADERNOS VIANENSES
Tomo 52 - Ano de 2018
Edição: Câmara Municipal de Viana do Castelo
18 – VIANA EM CAMILO
Estrelas Propícias (1863)
Separata da revista CADERNOS VIANENSES
Tomo 53 - Ano de 2019
Edição: Câmara Municipal de Viana do Castelo
“Mais uma importante separata dos Cadernos Vianenses. Trata-se de mais um capítulo de “Viana em Camilo”, tema que David F. Rodrigues vem explorando com grande dedicação e competência, quer devassando a bibliografia do Torturado de Ceide, quer compulsando a imprensa da época em que ele viveu e trabalhou na Princesa do Lima, em condições muito precárias. Oxalá que todo este trabalho disperso venha a ser estruturado em livro, de modo a chegar a mais vasto público. O Autor merece essa atenção e a Câmara Municipal, através do Pelouro da Cultura, deve concretizá-la.”
CLÁUDIO LIMA
01.02.2020
19 – o rito do pão
Poesia.
1.ª edição da AJHLP – Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (Setembro de 2021), com o ortónimo David F. Rodrigues, publicado na colecção explicação das árvores.
[Reescrita do livro de poemas o rito do pão (Coimbra, Centelha, 1981), acrescido de cinco inéditos, cronológica e tematicamente afins.]
o rito do pão pode ser adquirido junto da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto
Rua Rodrigues Sampaio, 140
4000-420 Porto
E-mail: homens.deletras@gmail.com
Ponte de Lima no Mapa
Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.
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