O Adeus de Franclim, por Cláudio Lima

 

O Adeus de Franclim, por Cláudio Lima



Cláudio Lima



Ficámos a saber, pela entrevista concedida pelo próprio ao Cardeal Saraiva em 12 de julho passado, que o Dr. Franclim não fazia parte da lista do CDS local para concorrer à reeleição dos órgãos da nossa autarquia. Há nessa entrevista um certo tom magoado, não tanto pelo facto em si, mas pelo teor e fundamentação que terão sustentado a exclusão. Não serei eu a questionar a decisão. Os critérios de escolha, os planos de renovação, os perfis estabelecidos numa perspetiva de ação futura, são opções e apostas de inteira responsabilidade de quem lidera e cujos acertos ou falhanços acabarão por ser sufragados a posteriori.

Importa aqui sublinhar - e é esse o meu propósito -  quanto o Franclim representa para a família limiana, de onde provém e que fielmente tem servido e honrado ao longo da sua vida. Quer como desportista, capitaneando por várias épocas a nossa ADL; quer como profissional bancário, atingindo destacadas posições de chefia; quer como autarca, sobraçando pastas tão complexas e exigentes como a educação, a cultura e o desporto, - sempre e empenhadamente o Franclim deu o melhor de si em prol da comunidade, mesmo nas mais adversas circunstâncias e situações.

Estou à vontade para falar dele, porque nem sempre os nossos pontos de vista coincidiram, especialmente no que toca à política cultural. Mas mesmo quando pontualmente divergimos, pude constatar a sua capacidade de diálogo, a sua abertura de espírito para esbater tensões e arbitrar aparentes irredutibilidades. Sempre nele a cordialidade, que não significa fraqueza, e a flexibilidade, que não traduz demissão, foram atitudes constantes, modos de estar e de agir que nenhuma investidura de poder jamais conseguiu contagiar ou suprimir.

Profunda e umbilicalmente inserido na nossa sociedade, onde granjeou prestígio e notoriedade, não acredito que o Franclim se recolha a um beatífico isolamento doméstico. Com ou sem sigla partidária, com ou sem emblema de quaisquer agremiações, seja embora na simples qualidade de cidadão limiano, ele continuará a enriquecer o nosso convívio. E a defender boas causas...

Publicado na LIMIANA – Revista de Informação Cultura e Turismo n.º 34, de Outubro de 2013

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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