Rúben Brandão: uma grande alma e um enorme coração, por Franclim Castro Sousa

 

Rúben Brandão: uma grande alma e um enorme coração, por Franclim Castro Sousa



Franclim Castro Sousa



Recordar velhos amigos é alimentar a saudade dos nossos tempos de juventude projectando-nos para inexorável lei da vida. É assim que vivemos todos os dias, olhando já um longo caminho percorrido em que uns pereceram e nos deixaram um vazio nesse caminhar. O Rúben Brandão enchia-nos de enorme boa disposição, pela sua forma de conversar com uma ironia e sarcasmo insubstituíveis.

Em meados dos anos sessenta, aos sábados à noite, reuníamos numa casa da Villa Moraes, onde funcionava o Externato Cardeal Saraiva. Na casa viviam os irmãos Campelo - o Zé Maria e o Henrique - e o Rúben. Cozinhávamos e jantávamos juntos e, em amenas cavaqueiras, contávamos aventuras sempre interessantes e de boa disposição. O Rúben era o “chefe”, escrevia as suas poesias e declamava com grande entusiasmo. Durante muito tempo, demos continuidade a essas reuniões até a vida tratar de nos separar. Mais tarde, encontro o Rúben em Bissau. Esse encontro foi marcado por uma alegria contagiante, muito própria do Rúben Brandão.

Dedicado, amigo do amigo, inteligente, com uma grande paixão pela sua terra, pelo seu clube do coração - A. D. “Os Limianos”. Sóbrio, sem grandes exteriorizações, o Ruben, na sua simplicidade, tinha uma grande alma e um enorme coração. Após Bissau, voltei a perder o Rúben. Diziam-me que vivia para os lados de Vila do Conde. Certo que nunca mais o encontrei, mas estava sempre presente na minha amizade. A notícia da sua morte, tão prematura, surpreendeu-me. Já lá vão dez anos. Disse-lhe adeus acenando com a mágoa que invadiu meu pobre coração. A Revista Limiana faz bem levantar o véu do seu valor literário e, acima de tudo, o seu valor como cidadão.

Obrigado Rúben!

 

Publicado na LIMIANA – Revista de Informação, Cultura e Turismo n.º 25, de Dezembro de 2011

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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