Ter acompanhado o Arquiteto Ovídio Carneiro, a sua esposa e os seus dois excelentes filhos à Casa Norton de Matos, nesta vila de Ponte de Lima, foi um dos momentos emocionantes da minha vida de fotógrafo.
Embora a minha presença fosse consequência da minha vida, tão ligada a registar e guardar o que mais me sensibiliza, não posso deixar de fazer este humilde, mas muito sentido depoimento, pela grande consideração que tenho por este artista limiano, que um dia me deu a honra de estar a seu lado, no nosso Teatro Diogo Bernardes, na apresentação de um dos meus livros, sobre um tema que também a ele é muito caro; ali nos ofereceu mais um dos seus extraordinários cartazes das Feiras Novas.
Foram muito bem recebidos pela Dona da Casa, D. Maria Emília Norton de Matos, que fez questão, desde o primeiro momento, que esta visita de saudade fosse um terno momento de encontro com o passado.
Por certo que o Arquiteto Ovídio, afilhado preferido da minha querida avó Delfina (e é por aí a minha ligação afetiva), sentiu que estava a regressar a um tempo já um pouco distante. Recordaria o General Norton de Matos, seu amigo e protetor, por quem nunca deixou de ter um enorme reconhecimento e a mais delicada consideração. Pintou, quando jovem, o retrato do General, a Casa que lhe dizia muito, e uma encantadora criança, que hoje, já uma senhora, o recebia e lhe mostrava carinhosamente muitas das obras de arte que o Arq. Ovídio fazia questão de oferecer aos que ali o protegiam e acolhiam, quando era criança e adolescente.
Se a saúde não lhe permitiu desfrutar plenamente da emocionante visita, de certeza, bem dentro do seu coração, entendeu que o rodeava um verdadeiro reencontro com a amizade sempre ali encontrada, no passado, por parte do General e família (naquele momento por parte da Senhora da Casa), acompanhado pelos seus, que o rodeavam de uma sincera ternura.
27.06.2021
