Ovídio da Fonte Carneiro, nascido a 27 de março de 1938 na Rua do Pinheiro (Rua General Norton de Matos) é, sem sombra de dúvida, um dos mais ilustres limianos no campo da pintura e das artes plásticas.

A sua predileção pelas coisas da arte, a facilidade com que desenhava e pintava, nasceram durante a sua infância e adolescência, períodos da sua vida que decorreram ainda em Ponte de Lima, onde fez o ensino primário, primeiro na chamada Escola da Avenida e depois na Escola da Oficina de São José.

Apesar de se ter tornado num artista plástico de renome já em terras distantes do seu berço, apraz-nos pensar que recebeu muitos incentivos e ajudas na sua Terra Natal. Seduz-nos também achar que as belas paisagens do Vale do Lima, as ruas e os largos da sua vila ajudaram sobremaneira a despertar os sentidos do pintor, guiando o seu talento, ao que parece manifestado bastante precocemente, e agindo como poderosos agentes inspiradores que nunca perderam a eficácia.

Em parte é o que podemos concluir através de muitas obras que Ovídio Carneiro foi produzindo ao longo da sua prolífica vida artística, algumas das quais, mormente na pintura a óleo, citam diretamente Ponte de Lima e ilustram tradições destas bandas, assim como apontamentos do nosso quotidiano, e que constituem, no seu conjunto, um notável contributo para a história da iconografia limiana.

Não podemos, enquanto limianos, deixar em silêncio o conjunto dos quatro cartazes das Feiras Novas, que assinou num arco temporal bastante prolongado, o primeiro em 1955, ainda durante a sua juventude, e o último já em 2006, prova ao mesmo tempo da sua enorme versatilidade enquanto artista gráfico assim como da sua dedicação ao lugar das suas origens, que nunca o esqueceu e nunca por ele foi esquecido.

Março de 2021