As Santas Casa da Misericórdia de Portugal nasceram pela mão de D. Leonor, irmã de D. Manuel, que em 1470 se tornou Rainha ao casar-se com D. João II. Portugal vivia em ambiente de grande riqueza, tendo em atenção o comércio ultramarino e o momento áureo dos descobrimentos.

Vieram no momento certo, face ao quadro de sofrimento e miséria a que foi sendo condenado o povo ao longo da Idade Média.

Para que fosse minimizado o sofrimento e diminuídas as carências, foram sendo criadas albergarias, hospitais, casas dirigidas por ordens religiosas.

D. Leonor esteve na origem do hospital termal das Caldas da Rainha, e na ânsia de acudir aos mais necessitados, foram criadas em 1498 as Misericórdias de Lisboa. A sua fundação aconteceu, muito provavelmente, naqueles que são hoje os claustros da Sé de Lisboa, na Capela de Nossa Senhora da Piedade da Terra Solta.

Muitas Misericórdias se criaram, a partir daí: uma delas foi a Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima, fundada em 2 de Agosto de 1530 por alvará de El-Rei D. João III. Para a Misericórdia limiana, como para todas as que se foram criando, o Compromisso é documento fundamental na definição de regras e orientações a respeitar.

Ponte de Lima, sempre foi e continua a ser espaço de passagem para peregrinos e romeiros a caminho de Santiago, justificando-se, também por isso, a criação, ao longo dos séculos, e mesmo antes da fundação da Misericórdia, de estruturas de apoio e auxílio: são disso exemplo o Hospital de S. Vicente dos Gafos (1177) e o Albergue dos Peregrinos (1480), mais tarde, orientados pela Misericórdia limiana para bem dos mais carenciados. Outros imóveis foram surgindo, ora criados de raiz, ou então doados por beneméritos que entenderam e valorizaram a importância da assistência aos mais carenciados: Hospital da Praça, Capela da Senhora da Penha de França, Casa da Roda, Palacete da Villa Moraes, Hospital Conde de Bertiandos, e outros.

 A Santa Casa da Misericórdia foi crescendo e hoje possui um vasto património documental, bem como património imóvel espalhado pelo concelho de Ponte de Lima.

Esse património, associado aos serviços protocolados com o Estado (Segurança Social e ARS), permitem continuar a prestar apoio social e caritativo através das valências que possui, sejam elas de apoio às crianças, aos jovens ou aos adultos, idosos e doentes. No momento, são prestados serviços educativos a mais de centena e meia de crianças na creche e infantário da casa-mãe, em Ponte de Lima e a 20 crianças na creche do Centro Comunitário de Arcozelo (CCA). São ainda disponibilizados serviços a 85 utentes na Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) de Ponte de Lima e a 45 na ERPI do CCA que conta também com os serviços de Centro de Dia protocolados para 21 pessoas e com a Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração e Manutenção (UCC-ULDM)) disponível para 30 utentes. A Instituição acolhe, ainda, no seu Lar de Infância e Juventude (LIJ) D. Maria Pia/S. José, perto de três dezenas de jovens.

A Santa Casa é ainda responsável pela administração da RLIS, um serviço de acção social pelo qual é assegurado o atendimento e o acompanhamento de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e exclusão social.

A Instituição, em parceria com a Segurança Social, desenvolve o apoio social através dos serviços do Rendimento Social de Inserção (RSI) a, aproximadamente, 100 famílias do concelho (na margem esquerda do Rio Lima) e disponibiliza o serviço Cantina Social,   ao abrigo do Programa de Emergência Alimentar, a meia centena de pessoas.

A Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima faz parte da rede das Misericórdias portuguesas na qualidade de membro associado e activo da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).